Núcleo de Obstetrícia do Simers se posiciona contra adiamento da idade para mamografia

O Núcleo de Obstetrícia do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) manifestou-se contrariamente à proposta da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) de adiamento da idade recomendada para a realização de mamografias. A consulta pública nº 144, aberta até quinta-feira, 23, sugere que o exame seja feito a partir dos 50 anos de forma bienal para beneficiárias entre 50 e 69 anos. Segundo os especialistas do Simers, tal medida pode trazer riscos significativos para a saúde das mulheres, reduzindo as chances de detecção precoce do câncer de mama, essencial para um tratamento eficaz e com maiores índices de sucesso.

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A coordenadora do Núcleo de Obstetrícia do Simers, Débora Espírito Santo, lembra os dados divulgados pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), os quais apontam que mulheres com idades entre 40 e 50 anos respondem por 40% dos casos de câncer de mama no Brasil. “Infelizmente, o que vemos nos últimos anos é o aumento da incidência do câncer de mama e da mortalidade decorrente da doença. Por isso, adiar a idade para a realização de mamografias pode levar à descoberta tardia de tumores, dificultando o tratamento e comprometendo a sobrevida das pacientes”, lamenta a médica.

Para a diretora do Simers, é fundamental a elaboração de políticas de saúde que priorizem o diagnóstico precoce, permitindo intervenções médicas oportunas e aumentando as chances de cura. “Investir em tratamento e prevenção contínua é a chave para combater o câncer de mama de maneira eficaz e proporcionar uma melhor qualidade de vida para todas as mulheres”, destaca.

Números que preocupam

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é a forma mais comum de câncer entre as mulheres no país. Em 2023, foram registrados aproximadamente 66 mil novos casos de câncer de mama, cerca de 16 mil óbitos. Já no Rio Grande do Sul, o câncer de mama também é uma preocupação significativa para a saúde pública. A Secretaria de Saúde do Estado mostra que  foram registrados 5.038 novos casos de câncer de mama no mesmo período, com uma taxa de incidência de 89,53 casos por 100 mil mulheres. A mortalidade também é alta, com 1.500 óbitos registrados no mesmo ano.

O Simers reitera seu compromisso com a saúde e bem-estar das mulheres e defende a manutenção das diretrizes atuais para a realização de mamografias, em consonância com as melhores práticas e evidências científicas disponíveis. A entidade continuará a lutar por políticas de saúde que assegurem um cuidado integral e eficiente, contribuindo para a prevenção e o tratamento eficaz do câncer de mama.