Osório: sob intervenção do prefeito Eduardo Abrahão, Hospital São Vicente de Paulo mergulha no caos

Sob intervenção da prefeitura desde 2014, o panorama do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), em Osório, está ficando cada vez mais calamitoso. A instituição possui um déficit mensal de R$ 300 mil, fora as dívidas acumuladas durante anos de má gestão. A remuneração dos médicos está três meses atrasada e segue sem perspectiva de quitação. Para completar, o HSVP ficou sem cirurgiões para cobrir o plantão do último final de semana, colocando em risco a saúde da população. O problema é resultado de anos de má gestão. Em 2016, os administradores renegociaram dívidas antigas com os médicos e fornecedores. A promessa era pagá-las em dez parcelas – mas apenas quatro foram quitadas até o momento. Segundo os próprios administradores, a razão seria o atraso dos repasses por parte do Governo Estadual . Na busca por soluções, o Simers participou de reuniões convocadas pelo Ministério Público, solicitou encontros com o prefeito de Osório, Eduardo Abrahão, com a administração do hospital e com deputados da região – como Ciro Simone e Gabriel Souza, não tendo havido evolução nas tratativas. Sendo assim, o problema permanece. A prefeitura afirma que não colocará mais verba na casa de saúde. A intervenção municipal termina em 14 de julho. Para o diretor do Simers André Gonzales, a intervenção da prefeitura se revelou inócua. E até agravou alguns problemas, como a permissividade de que o plantão da emergência funcione sem pediatras em alguns horários, assim como a negativa dos atendimentos de convênios, em uma clara demonstração da incapacidade gerencial do prefeito Eduardo Abrahão para cumprir suas promessas e arcar com responsabilidades assumidas perante a Câmara de Vereadores. “Há diversos problemas, e alguns deles estão até se agravando em algumas áreas. Os médicos já não recebem faz bastante tempo e agora tivemos essa situação de faltar médico no plantão da cirurgia. A situação é crítica, estamos preocupados com a população e o Simers fará de tudo para encaminhar soluções”, salientou Gonzales. Em visita à casa de saúde, o Simers obteve informações de que, pela falta de cirurgiões nos plantões, houve casos de pacientes que precisaram esperar mais de 48 horas para uma cirurgia de apendicite. A entidade médica irá denunciar as irregularidades ao CRM e buscar agenda com o Ministério Público para delatar todas as questões.