Quando a Amanda nasceu, eu fazia 14 plantões por mês. Quase não consegui acompanhar detalhes da gravidez e isto não foi bom, bem como o início da vida dela. Consegui transformar o banho em um momento ainda mais especial, pois este era só nosso. Até hoje, cinco anos depois, ela pede que eu lhe dê banho. Quanta insegurança por deixar ela e minha esposa sozinhas em casa para eu poder trabalhar. Espero que um dia elas me perdoem por isto. É muito difícil lidar com a ideia de, por um lado, fazer a diferença na vida de tantas pessoas através do auxílio médico e, por outro lado, a possibilidade de gerar problemas em nossos filhos, pela nossa ausência física. Infelizmente, é esta a realidade de nossa profissão em nosso país. Para podermos dar uma vida mais digna à família, temos que sacrificá-la. Nesta segunda gestação, vou poder fazer diferente, visto que não faço mais plantão e trabalho menos horas também. Talvez consiga compensar as minhas ausências com elas. Espero também que elas consigam entender que as ausências pelo trabalho sempre foram motivadas para poder dar uma vida melhor a elas”, conta o médico Thiago, pai da Amanda e de um novo bebê que está a caminho.
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