Pelotas: por falta de reposição salarial e furos na escala, pediatras da UTI neonatal do Hospital Universitário consideram pedir demissão
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Pelotas: por falta de reposição salarial e furos na escala, pediatras da UTI neonatal do Hospital Universitário consideram pedir demissão

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21/03/2024 11:55

A situação delicada no Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP) foi, novamente, debatida com o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul e representantes do corpo pediátrico da instituição de saúde. A reunião, que ocorreu na sede da delegacia do Simers, em Pelotas, demanda uma análise cuidadosa e uma ação imediata para evitar um colapso no atendimento pediátrico, especialmente nas UTIs neonatal e pediátrica. Com apenas seis pediatras na escala, a equipe enfrenta um desafio crítico para garantir a continuidade e a qualidade dos cuidados. A escassez de profissionais habilitados em intensivismo neonatal no mercado agrava ainda mais a situação, tornando difícil a reposição de pessoal.

Ao diretor da Região Sul do Simers, Marcelo Sclowitz, foi relatado que a insatisfação dos pediatras é evidente diante da falta de reajustes salariais, especialmente para aqueles que trabalham nas UTIs. Enquanto os pediatras que trabalham por PJ tiveram uma reposição de 11% em seus honorários, os contratados como CLT, responsáveis pelas UTIs, foram deixados de lado, sem qualquer majoração em seus vencimentos. “Esse desequilíbrio salarial é ainda mais frustrante para os pediatras com vínculo CLT, que recebem a menor remuneração entre aqueles médicos da instituição que prestam plantão presencial. É preciso considerar também que estes são os profissionais na área da pediatria que desempenham os cuidados de maior complexidade: o tratamento de recém nascidos e crianças nas UTIs neonatal e pediátrica”, explica Sclowitz.

Demissão

Alguns profissionais, diante do impasse e da falta de perspectiva no trabalho, consideram até mesmo a demissão. Neste momento, uma redução do quadro de profissionais inviabilizaria o funcionamento das UTIs. Há grande dificuldade para organização da escala diante de eventuais afastamentos ou férias. “Se alguém adoecer, a dificuldade e a sobrecarga de trabalho se tornam insuportáveis”, relatam os pediatras. Uma eventual falta de suporte das UTIs afetaria não apenas o atendimento aos pacientes ali internados, mas também, o cuidado prestado às gestantes de alto risco na maternidade da instituição, referência para mais de 20 municípios da região e a maior fora da capital gaúcha.

O Sindicato Médico ressalta que, diante desse cenário, é crucial que medidas sejam tomadas com urgência para resolver os impasses e garantir a continuidade do atendimento pediátrico adequado em Pelotas e para a região. É imperativo que haja uma revisão salarial justa e equitativa para todos os pediatras, reconhecendo o valor do trabalho prestado, especialmente por aqueles que atuam em cuidados tão essenciais e que são a diferença entre perder ou salvar uma vida. 

O Simers seguirá atuando sobre a pauta, buscando uma negociação justa, seja por meio de negociação direta com a direção do hospital ou mesmo através dos meios judiciais, caso se faça necessário.

Tags: Pelotas Prefeitura de Pelotas

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