Depois de quase três semanas de intenso trabalho no auxílio à assistência direta à população que vive em abrigos temporários na Capital, o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) inicia uma nova etapa de apoio às ações da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). De acordo com o diretor de Porto Alegre do Simers, Vinícius Mello, os esforços estão sendo direcionados para garantir que o atendimento possa ser feito de maneira eficaz nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e não mais nos alojamentos. Ou seja, referenciado os moradores às suas respectivas regiões e ao Sistema Único de Saúde (SUS).
“Agora, entraremos em uma nova fase, que é a de reconectar a população aos espaços de atendimento primário, sempre seguindo preceitos e evidências científicas, priorizando a visão médica sobre a assistência. Um desafio para o Simers e que vem ao encontro da nossa preocupação com os impactos da calamidade na Saúde, uma vez que precisamos garantir aos médicos condições dignas de trabalho, ao mesmo tempo que os profissionais continuam a tratar dos gaúchos nesse momento de crise histórica”, afirma Mello.
O diretor do Simers explica que as UBSs são a porta de entrada do usuário no SUS, onde se inicia o cuidado com a saúde da população. “Passadas as primeiras semanas de trabalho emergencial e com a reabertura gradativa dos postos fechados pelas enchentes, a atuação está focada na resolutividade das unidades. Por isso, seguindo uma decisão da gestão municipal, deixamos os abrigos para colaborarmos no mapeamento da população que se encontra nestes locais e no encaminhamento aos respectivos postos de referência, com qualidade e segurança no atendimento”, explica.
Continuidade das ações
Mello explica que esta etapa é a continuidade das ações que vêm sendo desenvolvidas pelo Simers desde o início de maio, quando o estado foi assolado pela tragédia climática. Trabalho que iniciou com a abertura de cadastro para médicos voluntários e a parceria voluntária com a Secretaria Municipal de Saúde da Capital. Foram mais de 40 abrigos que contaram com a contribuição do Simers no gerenciamento do Simers das escalas médicas.
“O Simers atendeu ao chamado da Secretaria Municipal, organizando escalas médicas sempre que requisitado e dando suporte a estes locais. Além disso, nossos diretores estiveram à disposição fazendo contato direto com médicos e abrigos. Organizamos, junto às associações de especialistas, diferentes serviços de consultoria, com plantão de dúvidas para os médicos voluntários que estavam na linha de frente. Também iniciamos os grupos de médicos volantes, buscando manter a assistência nos abrigos sem que os profissionais deixassem de lado suas carreiras e locais de trabalho usuais”, destaca Vinícius Mello.
Segundo o diretor do Simers, apesar do trabalho de organização nos abrigos ter finalizado, é importante ressaltar que o cadastro de médicos voluntários continua aberto. “Ainda temos um longo caminho pela frente devido às consequência desta tragédia, pois nunca vimos nada igual no nosso estado. Entretanto, os próximos passos também precisam estar alinhados com a defesa das condições de trabalho dos médicos, em um sistema que pode colapsar nas próximas semanas”, reforça.
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