Divulgação :Amália Ceola - ASCOM Simers
O Simers (Sindicato Médico do Rio Grande do Sul) considerou uma conquista o adiamento do fechamento das emergências psiquiátricas de Porto Alegre, confirmado após audiência pública realizada na manhã desta quinta-feira (11/09), no Plenário Ana Terra da Câmara Municipal. O debate contou com a presença do diretor e coordenador do Núcleo de Psiquiatria do Simers, Ricardo Nogueira, que representou a entidade na discussão.
A audiência foi convocada diante da preocupação com o impacto do encerramento dos atendimentos emergenciais em saúde mental. O auditório esteve lotado. A mesa foi conduzida pela presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara Municipal de Porto Alegre (COSMAM), vereadora e psicóloga Tanise Sabino (MDB), e contou com a participação do secretário municipal da Saúde, Fernando Ritter, além de vereadores, médicos psiquiatras, conselhos de saúde e representantes de entidades da área.
Durante sua fala, o secretário Ritter apresentou dados sobre a rede de saúde mental e afirmou que o tema vem sendo discutido há dois anos. No entanto, reconheceu falhas na comunicação com os profissionais e a população, e se mostrou aberto ao diálogo e à escuta dos diferentes posicionamentos apresentados na audiência.
Representando o Simers, Ricardo Nogueira criticou a proposta de encerramento das emergências do Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul (PACS) e do IAPI, destacando que as emergências clínicas frequentemente não aceitam pacientes em crise psiquiátrica. “Emergência não se fecha, se fortalece”, afirmou, defendendo a necessidade de sensibilização das autoridades e de escuta ativa dos vereadores.
A audiência também deu voz às famílias dos pacientes. Rosa Beltrame, conselheira estadual de saúde e mãe de um paciente, deu um depoimento emocionado: “Eu sei ajudar os outros, mas não sei o que fazer com o meu filho.”
Já o médico Pedro Zoratto, representante da Associação de Psiquiatras do RS, questionou como seria possível realizar acolhimento adequado sem estrutura, citando o risco de colocar pacientes psiquiátricos graves ao lado de casos clínicos, como infartos. “É preciso ter um olhar diferente”, destacou, alertando também sobre os riscos à segurança e o estigma.
A vereadora Atena Roveda (PSOL), também reforçou o pedido para um olhar mais humano sobre a saúde mental. Ela chorou ao relatar a recente perda de um familiar em decorrência de transtornos mentais. “A dicotomia aqui é entre a vida e a morte. A realidade está acima da lei”, afirmou.
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Ao final da audiência, o secretário Ritter confirmou o adiamento do fechamento das emergências psiquiátricas e anunciou a criação de um grupo de trabalho com participação da sociedade civil, profissionais da saúde e parlamentares para discutir os rumos da política de saúde mental em Porto Alegre.
Para o Simers, que vem articulando com profissionais da saúde e com a sociedade pela manutenção dos serviços, a decisão representa um passo importante. “A escuta da Prefeitura e a possibilidade de contribuir na construção de uma saída adequada é uma vitória para todos que lutam pela saúde mental no município”, concluiu Ricardo Nogueira.
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