11/05/2018 08:00
Mesmo com as constantes denúncias e o quadro de desassistência à população, a crise financeira do Hospital Centenário, de São Leopoldo, segue sem solução. Na unidade de terapia de intensiva (UTI) neonatal, a insuficiência de médicos para compor as escalas de plantão se intensificou desde o início do ano e coloca em risco o atendimento. Também é frequente a falta do equipamento móvel de raio-X, o que só agrava um quadro que exige atenção máxima por si só: do outro lado, estão recém-nascidos em estado grave, que precisam de cuidados em tempo integral.
Faltam profissionais
Conforme ressalta a diretora do Simers Clarissa Bassin, não fosse pela dedicação da equipe, haveria plantões sem nenhum plantonista. “Os médicos têm se desdobrado e vão além do limite, mesmo sem poder receber pelas horas a mais. Temos relatos de colegas que já precisaram ficar na UTI por 48 horas, como solução para evitar a desassistência”, relata.
Com frequência, há apenas um profissional para compor a escala, quando a demanda exigiria, no mínimo, dois. Além disso, os médicos precisam atender as salas de parto – ou seja, todas as crianças que nascem no Centenário. Mais uma responsabilidade que encontra barreiras no déficit de equipe.
Busca por soluções
A administração tem sido notificada sobre a redução progressiva no número de profissionais desde o início do ano. Como medida paliativa para compor o grupo, tem ocorrido a contratação de empresas terceirizadas. Mesmo assim, somada a demanda com o histórico de atraso nas remunerações – atualmente, já soma quatro meses –, a insuficiência permanece. “Médicos e pacientes – nesse caso, recém-nascidos –, ficam em situação de extrema vulnerabilidade”, pondera Clarissa.
Para a diretora do Simers, é imprescindível que se tomem medidas para profissionalizar a gestão, além de buscar a contratação de profissionais para compor o quadro. Uma alternativa seria o chamamento dos médicos que compõem o cadastro reserva do processo seletivo realizado no início deste ano (001/2018), e que contempla a área de neonatologia. “Se existe essa possibilidade, vamos pressionar para que ela se concretize. Não podemos esperar mais”, enfatiza Clarissa.