Residentes se unem contra fechamento do serviço de ginecologia do Hospital Conceição
Medicina

Residentes se unem contra fechamento do serviço de ginecologia do Hospital Conceição

Cartas abertas de residentes do Conceição e Fêmina alertam para riscos de desassistência e prejuízos à formação médica; Simers intensifica ações em defesa do atendimento às mulheres da Zona Norte.

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25/02/2025 18:38

A decisão de transferir o serviço de ginecologia do Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC) para o Hospital Fêmina provocou uma forte reação entre médicos residentes das duas instituições. Em cartas abertas, os residentes manifestaram preocupação com o impacto negativo da medida sobre o acesso à saúde, a qualidade do atendimento às mulheres e a formação médica. O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) reforça sua atuação para evitar o fechamento do serviço e assegurar assistência qualificada às pacientes da Zona Norte de Porto Alegre.

Impactos diretos na assistência e na formação médica

Os residentes do Hospital Conceição destacam que o serviço é o único especializado em ginecologia na Zona Norte de Porto Alegre, atendendo uma ampla demanda de mulheres que dependem do hospital. Eles alertam que a transferência compromete o acesso das pacientes, especialmente daquelas com dificuldades de mobilidade ou limitações financeiras, forçadas a buscar atendimento na região central da cidade.

Além disso, apontam que o Fêmina, atualmente em obras, não oferece estrutura suficiente para absorver toda a demanda do Conceição. A previsão de conclusão das reformas até 1º de março de 2025 é considerada incerta, o que pode gerar atrasos em cirurgias, consultas e atendimentos emergenciais.

Outro ponto crítico destacado é o impacto na formação dos residentes. A separação entre ginecologia e obstetrícia — áreas complementares — prejudicará a formação integral dos futuros especialistas. “Seremos obrigados a nos dividir entre dois hospitais, o que dificulta a integração teórica e prática entre as especialidades”, afirmam os residentes do Conceição.

Preocupações compartilhadas pelos residentes do Fêmina

A Residência do Fêmina avalia que a Zona Norte ficará com a assistência prejudicada e as pacientes terão que, em alguns casos, dobrar o percurso para receber atendimento ginecológico. _“Nos compadecemos com as residentes do Conceição pois se inscreveram num programa de residência em um serviço específico, e que a separação da ginecologia e da obstetrícia deles (HNSC) trará prejuízos aos residentes e à população”_, afirmam. Conforme o grupo, o espaço físico do Fêmina não comporta dois programas de residência, pois já há registros de escassez de ambulatórios.

O que o Simers tem feito

Desde que o risco de fechamento do serviço foi anunciado, o Simers tem se posicionado fortemente contra a decisão. O sindicato iniciou um diálogo ativo com as direções hospitalares e autoridades de saúde, exigindo garantias de manutenção do atendimento às mulheres da Zona Norte e respeito à qualidade da formação médica.

Entre as ações realizadas, o Simers promoveu reuniões com os residentes dos dois hospitais, escutando suas preocupações e fortalecendo o movimento de defesa do serviço. Também articulou frentes junto aos conselhos de saúde e ao Ministério Público, buscando respaldo jurídico para barrar a medida e evitar a desassistência.

O sindicato alerta que o fechamento do serviço não é apenas uma questão administrativa, mas um grave risco à saúde pública. “Trata-se de um retrocesso no atendimento às mulheres, especialmente as mais vulneráveis, que terão seu acesso dificultado em um momento em que a saúde feminina demanda atenção integral”, destacou o presidente do Simers, Marcelo Matias.

O Simers segue acompanhando de perto os desdobramentos e reforça seu compromisso de lutar pela manutenção do serviço no Hospital Nossa Senhora da Conceição, garantindo o acesso digno à saúde e a formação médica de qualidade.

Tags: Hospital Fêmina Grupo Hospitalar Conceição (GHC) Hospital Conceição Hospital Nossa Senhora da Conceição Ginecologia

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