À medida que o inverno se aproxima no Rio Grande do Sul, um alerta preocupante vem à tona: a redução significativa de leitos pediátricos nos hospitais do estado. Preocupado com esta situação alarmante que coloca em risco a capacidade de resposta do sistema de saúde às doenças sazonais, especialmente aquelas que afetam as crianças, o Núcleo de Pediatria do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) realiza reunião aberta nesta terça-feira, 26, às 19h, no auditório da entidade, com a presença de especialistas da área e coordenadores das principais emergências pediátricas gaúchas. A iniciativa também vai dar a largada para a campanha S.O.S Pediatria 2024, voltada para cobrar ações dos gestores e propor alternativas que revertam a desassistência no atendimento infantil.
Durante a reunião aberta, o Simers vai apresentar uma radiografia da pediatria no RS, que vai desde a redução de leitos até a má distribuição de especialistas; De acordo com levantamento realizado pelo Simers, entre 2019 e 2023 houve uma redução de 4% do número de serviços de Urgência e Emergência, tanto particulares como pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O mesmo percentual se aplica para os leitos complementares de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Já em Porto Alegre, foram 16% a menos dos leitos existentes no período, com uma redução de 20% apenas dos leitos SUS.
Para o coordenador do Núcleo de Pediatria do Simers, Daniel Wolff, é imperativo que as autoridades de saúde pública tomem medidas urgentes para reverter essa tendência e garantir que os leitos pediátricos estejam disponíveis para atender à demanda que se aproxima. “A diminuição de leitos pode levar a um cenário crítico, com hospitais sobrecarregados e famílias em busca de atendimento médico urgente para seus filhos. As doenças de inverno, como gripe, bronquiolite e pneumonia, tendem a se intensificar durante os meses mais frios, aumentando a demanda por serviços de saúde pediátricos.
O diretor do Simers explica que, durante a reunião aberta, será redigida uma carta a ser entregue às autoridades competentes, com as principais medidas a serem tomadas. Como, por exemplo, a contratação de pediatras para atender nos 131 municípios gaúchos que não contam com um especialista na assistência para crianças de zero a 14 anos. “A saúde das crianças não pode esperar, pois é uma prioridade que deve ser tratada com a máxima seriedade e compromisso por parte de todos os envolvidos no sistema de saúde”, pontua Daniel.
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