Simers alerta que crise na Saúde da Região Metropolitana reflete em emergências lotadas e profissionais sobrecarregados na Capital
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Simers alerta que crise na Saúde da Região Metropolitana reflete em emergências lotadas e profissionais sobrecarregados na Capital

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02/04/2024 15:58

O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) alerta que Porto Alegre enfrenta uma crise de saúde sem precedentes. As emergências dos hospitais estão lotadas, as filas de espera para atendimento se estendem por horas e os profissionais da saúde estão sobrecarregados. A situação alarmante na Capital do Rio Grande do Sul é reflexo de uma série de problemas que afetam a Região Metropolitana, incluindo a troca de gestão hospitalar em cidades vizinhas, restrições a casos graves, falta de leitos, medicamentos e insumos.

Recentemente, uma reunião na Secretaria Municipal de Saúde (SMS) com representantes técnicos, médicos e autoridades estaduais destacou a alta demanda nas urgências e emergências da cidade, causada pela crise do sistema de saúde nos municípios vizinhos. Mais de 50% das internações hospitalares na Capital são de pacientes vindos do interior, sobretudo de Canoas, Viamão, Cachoeirinha, Alvorada e Gravataí. “Se Porto Alegre enfrenta uma superlotação histórica, que chegou a alarmantes 203%, é porque a desassistência nas demais cidades é uma triste realidade. Enquanto isso, o governo gaúcho diz que está tudo bem e que os aportes de recursos aos municípios não é um problema. Está na hora de algo a ser feito. É urgente”, afirma o presidente do Simers, Marcos Rovinski.

Para o Simers, a crise tem sido agravada pela falta de resolutividade nas unidades básicas de saúde e Pronto Atendimentos, bem como na dificuldade de regulação de leitos. Além disso, a precarização nas relações de trabalho tem afastado os médicos da saúde pública. Sem receber pelos serviços prestados, os hospitais ficam com escalas de especialistas incompletas ou, até mesmo, sem médicos. Pacientes em risco de vida, como as gestantes sem obstetras na maternidade do Hospital de Alvorada, emergência de trauma de anestesista no Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Canoas ou bebês sem atendimento de alta complexidade no Hospital Dom João Becker, em Gravataí.

“O Simers acompanha de perto a crise na saúde da Região Metropolitana e em Porto Alegre e, ao ver os desafios enfrentados pelos médicos todos os dias, sabemos que todo o sistema está em colapso. Por isso, fazemos um chamado urgente para ações coordenadas entre os municípios e o governo do estado e estamos à disposição para o enfrentamento dos problemas. A saúde dos gaúchos depende de uma resposta rápida e eficaz para garantir que todos tenham acesso ao atendimento necessário em momentos críticos”, aponta o presidente.

Confira o Raio X da Saúde na Região Metropolitana:

• Guaíba: em 2009, o município registrou o último bebê nascido no município. Hoje, não existem leitos de internação pediátrica e crianças do município e da região ficam desassistidas;

• Gravataí: sem Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Pediátrica e Neonatal, casos de alta complexidade não podem ser atendidos no município;

• Viamão: fechamento da maternidade do hospital em 2022 e pacientes sendo atendidos em Alvorada. Com a precariedade do atendimento em Alvorada, gestantes dos dois municípios acabam se deslocando para Porto Alegre;

• Canoas: problemas históricos de gestão refletem em carências de médicos especialistas para atendimento de trauma no Hospital de Pronto Socorro (HPS), de condições de trabalho no Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG) e Universitário (HU);

• Alvorada: a crise no Instituto de Cardiologia - Fundação Universitária de Cardiologia (IC-FUC) agravou os problemas enfrentados, como a falta de repasse aos médicos prestadores de serviços e escalas de plantão sem médicos, a exemplo da obstetrícia. Gestantes chegaram a ser encaminhadas para Cachoeirinha em transporte precário. O ponto alto da crise ocorreu na troca de gestão no único hospital da cidade, no dia 1º de abril, que revelou a inexistência de planejamento na transição, equipes incompletas e falta de transparência sobre o processo por parte do governo do estado. Na UTI Neonatal, recém-nascidos eram apenas observados por técnicos de enfermagem. Funcionários sem saber sobre como será feita a rescisão dos contratos. 

• Cachoeirinha: assim como em Alvorada, o Hospital Padre Jeremias (HPJ) vinha sofrendo com escalas de plantões sem médicos, devido à falta de pagamento pelos serviços prestados. A insegurança sobre como será feita a transição da gestão, marcada para 8 de abril, também gera protestos dos funcionários e população sem saber como fazer para ser atendida;

• Porto Alegre: com a precarização da Saúde em toda a região Metropolitana, a Capital sofre com serviços de hospitais e Pronto Atendimentos (PAs) superlotados. Secretário da Saúde chegou a afirmar que Porto Alegre está com 203% de ocupação das emergências, algo que nunca tinha acontecido. A sobrecarga de trabalho tem adoecido médicos e demais trabalhadores que estão na linha de frente do atendimento.

Tags: Região Metropolitana saúde de Porto Alegre Crise na saúde Alvorada Cachoeirinha Guaíba Gravataí Viamão Canoas

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