O Simers tomou conhecimento de diversos problemas no Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul (PACS), agravados pelas mudanças na infraestrutura e no fluxo de pacientes durante o período de pandemia de Covid-19. Em visita realizada na tarde desta quarta-feira (20), o diretor Eduardo Dias e a assessoria política da entidade colheram informações em frente ao local.
Entre os relatos, as principais queixas tratam das inadequações na nova ala designada para o atendimento de doentes respiratórios e de objeções em relação a alterações nas áreas de isolamento para estes casos. Tais pontos poderiam expor pacientes, familiares e equipe de saúde ao perigo de contaminação por coronavírus.
De acordo com profissionais que lá trabalham, apesar de a vigilância sanitária ter solicitado ajustes em inspeção realizada no dia 15 de maio, muitas das questões apontadas seguem sem solução. Para agravar a situação, a unidade está sem direção técnica.
A partir das denúncias apuradas, o Simers irá comunicar aos órgãos competentes e tomar as providências cabíveis para garantir melhores condições de trabalho.
Principais problemas apontados no PACS:
- Na tenda respiratória, a área de coleta de material biológico não está isolada, oferecendo risco aos pacientes e acompanhantes, devido à produção de aerossóis, inclusive na sala de espera.
- A sala de observação pediátrica tem grande proximidade com a sala vermelha (de urgência) dos adultos, o que poderia facilitar a disseminação de aerossóis nas manobras de reanimação.
- Falta local apropriado para paramentação e desparamentação de EPIs. Estes procedimentos estariam ocorrendo dentro da área considerada contaminada. Algumas vestimentas e máscaras têm sido compradas pelos próprios funcionários.
- Não existe um fluxo bem definido pós-morte de pacientes com risco de contaminação pelo coronavírus, podendo expor população e funcionários desnecessariamente.
- Médicos e demais profissionais de saúde não receberam qualquer treinamento para atendimento de pacientes com Covid-19, nem há uma orientação adequada quanto a todos os fluxos operacionais da unidade.
- Não há isolamento da rota em que pacientes são deslocados para aguardar transporte do PACS a unidades de terapia intensiva, após estabilização com ventilação mecânica.
- O banheiro para pacientes é o mesmo que para acompanhantes sadios da pediatria.
- As janelas basculantes são inadequadas para atendimentos de pacientes com Covid- 19.
- A área de expurgo de materiais fica ao lado do local destinado a higienização das crianças.
- A separação entre os leitos tem divisórias abertas na parte de cima, pela qual podem passar aerossóis.
- A unidade não tem capacidade de recursos humanos para divisão em duas equipes de atendimento para urgências concomitantes em locais distintos. O deslocamento de profissionais entre os setores aumenta as chances de exposição ao coronavírus, além do risco de gerar desassistência em uma das áreas.
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