O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) considera a divulgação do processo seletivo 2024/2 (Vestibular) para Medicina na Ulbra, nos Campus de Canoas, São Jerônimo, Gravataí e Porto Alegre, com aumento de mais de 400 vagas, um ataque à formação médica. “Não há autorização do MEC e o edital baseia-se na suspensão de uma liminar que ainda está em curso. Ou seja, a Ulbra, agindo dessa maneira, está se antecipando a um prazo que ainda não se encerrou, contando com a omissão da União”, afirma o presidente do Simers, Marcos Rovinski. Para o dirigente, os alunos que vão se inscrever correm o risco de que tais cursos sejam fechados. “Contamos com a ação da União para que se manifeste quanto à legitimidade de cursos que contrariam a própria lei do Mais Médicos”, enfatiza.
Rovinski ressalta, ainda, que esse fato ocorre num cenário em que essa mesma Universidade achatou remuneração e reduziu horas de médicos docentes. “A Nossa Assessoria Jurídica está tomando as medidas judiciais cabíveis e implementaremos todas as ações possíveis no sentido de evitar essa situação. Contamos com a união de esforços das demais entidades representativas da categoria médica”, finaliza Marcos Rovinski.
Maneira açodada
A entidade médica não concorda que haja a abertura de novas vagas e cursos de Medicina na forma como está ocorrendo no Estado. Para o Simers, a Ulbra está agindo de maneira açodada criando novas vagas sem que haja estrutura para receber e preparar os novos futuros estudantes.
Hoje no Rio Grande do Sul o número de médicos é superior ao que é estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Com as mais de 400 vagas que serão destinadas por unidade pela Ulbra haverá um total de vagas superior ao que é ofertado na medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), que tem 140 liberadas anualmente. Hoje o Cremers possui mais de 37 mil médicos registrados, gerando uma média 3,33 médicos/habitante, enquanto no Reino Unido, por exemplo, é de 2,7 médicos/habitante. Se considerarmos as cidades isoladamente, Porto Alegre ficaria com mais de 10 médicos/habitante.
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