Durante Audiência de Mediação realizada na tarde do último dia 6, no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4), o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), por meio do diretor Ricardo Nogueira, reforçou a grave crise que atinge a saúde pública de Canoas e defendeu os direitos dos médicos que atuam na rede municipal, em especial nos hospitais Nossa Senhora das Graças (HNSG); de Pronto Socorro de Canoas (HPSC) e no Hospital Universitário (HU).
A sessão foi presidida pelo desembargador Alexandre Corrêa da Cruz e contou com a participação de representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT), Prefeitura de Canoas, Associação Saúde em Movimento (ASM), gestora do HU, Associação Beneficente de Canoas (ABC), mantenedora do HNSG, FUNAM (Fundação Educacional Alto Médio São Francisco), antiga administradora do HU e IAHCS (Instituto de Administração Hospitalar e Ciências da Saúde), atual responsável pelo HPSC, além de outras instituições envolvidas.
O Simers denunciou a continuidade dos problemas enfrentados pelos médicos, como a inadimplência de honorários, ausência de pagamentos rescisórios e a pejotização forçada da categoria. Segundo a entidade, o cenário se agravou com a sucessiva troca de entidades gestoras, resultando em instabilidade nos vínculos de trabalho e insegurança jurídica. A prática da “quarteirização” — em que a prefeitura contrata uma organização que, por sua vez, terceiriza os serviços médicos para outras empresas — foi criticada pelo Sindicato, que alertou para o descompromisso com a qualidade da assistência e os direitos dos profissionais.
“Não há respostas concretas aos pleitos apresentados. Os médicos estão sem receber, sendo pressionados a abrirem empresas para continuarem trabalhando. A situação não é nova, vem desde a época da FUNAM e se mantém mesmo com as mudanças de gestão”, destacou o Simers durante a mediação.
A entidade reiterou que sua atuação vai além da defesa trabalhista da categoria: é também um alerta à população de Canoas sobre a perda da gestão plena da saúde municipal e os riscos à continuidade e qualidade do atendimento. Para o Simers, a fragmentação da responsabilidade entre diferentes entidades e a precarização das relações de trabalho comprometem o atendimento e afastam profissionais qualificados da cidade.
Diante da situação, alguns compromissos foram assumidos pelos gestores. O Graças prometeu quitar salários em atraso referentes aos meses de fevereiro e março até o fim de maio, tendo a competência 02/2025 prevista para ser quitada hoje,07. O IAHCS comprometeu-se a se manifestar sobre possíveis pendências até o dia 12 de junho. Também foi definido que uma nova mediação será realizada no dia 17 de junho, focada nas questões estruturais envolvendo o IAHCS e o retorno dos serviços ao prédio próprio do HPS.
Para o Simers, o caminho precisa ser de responsabilidade e, sobretudo, compromisso com os profissionais e com a população. A entidade seguirá atuando firmemente para garantir condições dignas de trabalho e uma saúde pública de qualidade em Canoas.
Foto: Eduardo Matos (Secom/TRT4)
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