O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) manifesta oposição à decisão do Grupo Hospitalar Conceição (GHC) de transferir o Serviço de Ginecologia do Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC) para o Hospital Fêmina. Sem justificativa técnica apresentada, essa medida compromete um serviço essencial, impacta o atendimento de milhares de mulheres e afeta a formação médica no estado.
Desde o anúncio dessa decisão, o Simers tem mobilizado profissionais e gestores para evitar esse retrocesso. Médicos, residentes e a categoria médica apontam os impactos negativos dessa mudança:
Impacto no atendimento:
A desativação do serviço no Conceição prejudica a população da Zona Norte de Porto Alegre e de cidades como Alvorada, Cachoeirinha, Viamão e Canoas. O aumento da distância e o tempo de deslocamento dificultam o acesso a atendimentos urgentes. Pacientes do bairro Rubem Berta, por exemplo, precisarão percorrer mais que o dobro da distância até o Fêmina, agravando as dificuldades no atendimento ginecológico.
Fechamento de serviços essenciais:
Nos últimos anos, ao menos cinco centros obstétricos foram fechados em Porto Alegre, reduzindo a oferta de atendimento de urgência e emergência. A transferência do serviço do Conceição sobrecarrega ainda mais o Fêmina, que já opera no limite, dificultando o acesso ao parto seguro e ao atendimento ginecológico.
Impacto na formação médica:
O Serviço de Ginecologia do Conceição tem 50 anos de referência na capacitação de ginecologistas e obstetras. A remoção desse serviço compromete a qualificação de novos profissionais, afetando a qualidade da assistência.
Falta de embasamento técnico:
O GHC tomou essa decisão sem apresentar dados que justifiquem melhorias na saúde pública. Os prejuízos, no entanto, são evidentes, e o Simers segue mobilizado contra essa medida.
Em reunião com a gerente de Internação do HNSC, Lana Catani Pinto, o Simers cobrou a revogação da transferência. "O Grupo Hospitalar Conceição tem o compromisso histórico com a saúde pública. Retirar esse serviço do Conceição impacta diretamente as pacientes e compromete a formação médica”, afirma Marcelo Matias, presidente do Simers.
O Simers também levou a questão ao Hospital Fêmina, onde se reuniu com a diretoria médica e representantes do Conselho Federal de Medicina (CFM). Mesmo com os alertas apresentados, a direção do Fêmina confirmou que manterá a transferência.
O Simers intensificará a mobilização em todas as instâncias. O caso será levado ao Conselho Municipal e Estadual de Saúde, à Comissão Estadual de Saúde da Assembleia Legislativa e ao governo federal. "Não aceitaremos o fechamento de um serviço que há meio século garante assistência e forma profissionais altamente capacitados. Usaremos todos os meios necessários para reverter essa decisão”, declara Matias.
O Simers segue atuando para impedir essa transferência e assegurar a continuidade do atendimento ginecológico no Conceição.
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