Mais de 12 milhões de infectados, 300 mil mortos e um sistema de saúde no limite devido ao coronavírus no Brasil. O cenário atual da pandemia impõe uma série de questões a serem analisadas. Como a sobrecarga de trabalho e os diferentes problemas vivenciados no atendimento aos pacientes estão impactando os médicos que estão na linha de frente do enfrentamento à Covid-19? Com o objetivo de obter respostas a perguntas como essas, o Núcleo de Psiquiatria do Simers (Sindicato Médico do Rio Grande do Sul) lança nesta segunda-feira (29) uma pesquisa regional, que visa produzir dados estatísticos que possibilitem a promoção de estruturas, políticas públicas e serviços em prol da saúde mental dos médicos e estudantes de medicina durante a pandemia.
A ideia é receber respostas de pelo menos 600 associados à entidade médica para delinear um panorama completo sobre o tema e, com isso, tomar providências cabíveis em benefício da qualidade de vida e condições de trabalho dos profissionais. A pesquisa será realizada de forma on-line, com associados ao Simers e prevê a participação mínima de 375 médicos e de 235 estudantes de medicina, integrantes do NAS (Núcleo Acadêmico do Simers).
Além das perguntas sobre como se sentem em relação à rotina de trabalho na pandemia, os entrevistados poderão colaborar com sugestões e citar práticas que utilizam para evitar ou suprir o esgotamento físico e mental percebido, principalmente, no momento de complexas exigências da profissão. Para responder às 11 perguntas objetivas, os médicos e estudantes de medicina poderão acessar o site www.simers.org.br ou o aplicativo Simers. O tempo médio para a participação é de cerca de três minutos.
Com os resultados dos dados coletados, o Simers pretende identificar os maiores locais de estresse e propor medidas de prevenção e enfrentamento dos problemas levantados, visando apoio e melhorias à saúde integral do médico.
Conforme o coordenador do Núcleo de Psiquiatria do Simers, o psiquiatra Fernando Uberti, em 2019, a saúde mental dos médicos foi alvo de uma pesquisa durante a campanha Setembro Amarelo. "O objetivo dessas ações é ter informações com embasamento estatístico, sobre impacto da pandemia nos médicos, para atuação pertinente de defesa e alertas à sociedade, gestores e representantes institucionais sobre medidas cabíveis para promoção da saúde integral e atenção à saúde mental das pessoas e aos profissionais da saúde”, afirma.
Uberti observa que os dados dos participantes serão totalmente preservados e os resultados serão utilizados para trabalho técnico, lembrando que as perguntas são abertas, estabelecidas por especialistas, com o propósito de revelar a existência de eventuais sintomas de ansiedade, depressão e de falta de realização profissional ou alteração da funcionalidade. Com os dados, segundo o diretor, o núcleo dessa especialidade vai traçar medidas cabíveis, "além da assistência psicológica ou psiquiátrica por meio do SIM Mental, serviço que já é oferecido pelo Simers aos seus associados".
De acordo com o presidente do Simers, Marcelo Matias, a iniciativa se integra às ações da entidade para garantir mais proteção aos profissionais durante o enfrentamento à pandemia, seja por meio da vacina, da disponibilidade de EPIs, boas condições de trabalho, assistência jurídica e valorização dos profissionais. “Considerando as dificuldades naturais da profissão, que foram agravadas pelos anos de pandemia, os médicos precisam de cuidado. E precisando de cuidado, o Simers tem que estar preocupado com todas as áreas vinculadas à saúde dos profissionais”, afirmou o presidente, ao ressaltar que o Simers trabalha incessantemente para atender reivindicações e necessidades dos médicos, para que tenham as melhores condições para o exercício da profissão.
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