Simers faz visita institucional ao Instituto Psiquiátrico Forense

O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) realizou, na manhã desta quarta-feira, 2, uma visita institucional ao Instituto Psiquiátrico Forense (IPF) da Polícia Penal do Rio Grande do Sul. O local, atualmente com 108 pacientes, deve encerrar as atividades no final de 2026, devido a uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que estabelece o fechamento gradual de hospitais psiquiátricos com característica asilar no Brasil. 

O diretor do Simers, Ricardo Nogueira, conversou com os dois psiquiatras que atuam no local. Durante a reunião, as condições de trabalho e a perspectiva do IPF foram temas abordados. “A instituição já teve 600 pacientes, mais de 40 médicos psiquiatras, neurologistas e, hoje, se reduz somente a dois profissionais. Essa situação caracteriza um sucateamento do IPF, que parece ser um reflexo da nossa saúde, lamentavelmente”, pontuou Nogueira. 

Segundo os médicos que atuam no local, há 30 anos não é realizado concurso para repor os profissionais. Ao longo do tempo, quem atuava foi se aposentando, restando apenas os dois, que atuam apenas como peritos. O atendimento médico no IPF é feito por uma Unidade Básica de Saúde (UBS) terceirizada, que atende pela manhã, com um clínico geral e uma psiquiatra. Intercorrências fora do período do horário da UBS são encaminhadas ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Desde junho de 2023, o instituto não recebe novos pacientes e ou realiza perícias de insanidade mental em detentos. Algumas das pessoas em tratamento – e também com privação de liberdade em unidades prisionais  – têm acompanhamento pelos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).