Em reunião realizada na tarde desta quinta-feira (6), o secretário da Saúde, Fernando Ritter, apresentou planos de expandir políticas de saúde mental em Porto Alegre
Na tarde desta quinta-feira (6), o Psiquiatra e vice-presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Fernando Uberti, esteve reunido com o secretário da Saúde de Porto Alegre, Fernando Ritter, para discutir e planejar avanços significativos na assistência em saúde mental na cidade. Durante o encontro, diversos temas foram abordados, entre eles a necessidade de contratação de equipes que contem com médicos psiquiatras para atuação nas unidades de saúde da capital. Ritter também expôs a intenção da Prefeitura de abrir mais dois novos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) na capital dos gaúchos, e expandir a rede de leitos psiquiátricos no município.
Marcos Rovinski, presidente do Simers, defende a atuação da entidade desde o início da tragédia natural, e afirma que o Sindicato está atento e vigilante para que não haja irregularidades na contratação dos médicos e, ao mesmo tempo, está pronto para auxiliar os gaúchos. “Nós temos grandes divergências na relação com a Prefeitura, no que se refere à valorização salarial dos médicos municipários. Mas não podemos nos furtar de auxiliar os porto-alegrenses neste momento difícil que a população enfrenta ao retornar para casa e ver o que sobrou dos seus bens”, explica.
A Prefeitura de Porto Alegre solicitou a parceria do Simers para ampliar a rede de atendimentos de saúde mental na cidade, considerando a parceria exitosa entre o Executivo municipal e a entidade médica durante a enchente que atingiu a capital. Uma das preocupações da Secretaria da Saúde é que, neste segundo momento pós-enchente, o impacto psquiátrico seja muito grande para os porto-alegrenses de uma forma geral, e especialmente para os diretamente impactados. O ingresso de um aporte expressivo de médicos psiquiatras em unidades de saúde não seria apenas para um enfrentamento temporário e reacional ao contexto da tragédia, mas sim uma política permanente de expansão da assistência psiquiátrica em Porto Alegre.
Para o vice-presidente do Simers, Fernando Uberti, além da reação aguda ao estresse e ao risco de estresse pós-traumático após 30 dias dessas vivências altamente estressoras, é possível perceber de forma mais profunda e específica o impacto da perda patrimonial e afetiva das pessoas. “Casas, escritórios, bens materiais, fotos, objetos com valor sentimental. As perdas são amplas e muito impactantes, amplas. Precisamos de políticas públicas efetivas para expandir e qualificar a assistência em saúde mental, com investimentos pesados em atenção hospitalar e ambulatorial, e nas ações de prevenção nessa área. Já tínhamos um desafio enorme quanto à demanda pré-existente, o que se intensifica e se acelera agora”, destaca.
Uma demanda antiga do Núcleo de Psiquiatria do Simers, o reforço das estruturas hospitalares e ambulatoriais na área, está perto de se concretizar. A Prefeitura revelou que planeja aumentar para 19 o número de CAPS na cidade, além de contratualizar mais de 30 novos leitos psiquiátricos na rede local. Uma nova reunião será agendada em breve entre o Simers, a Prefeitura e os médicos psiquiatras municipários para dar continuidade ao planejamento dessas iniciativas.
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