Simers participa de vistoria ao IPF
Defesa

Simers participa de vistoria ao IPF

O Simers, através de seu Núcleo de Psiquiatria, tem atuado firmemente na defesa de melhores condições de trabalho aos médicos do Instituto Psiquiátrico Forense (IPF). Nesta segunda-feira, 22,a entidade médica participou de vistoria à instituição.

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23/11/2021 12:50

Fotos: Iuri Casartelli
 

O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), através de seu Núcleo de Psiquiatria, tem atuado firmemente na defesa de melhores condições de trabalho aos médicos do Instituto Psiquiátrico Forense (IPF), hospital de referência para os 497 municípios do Estado.

Diversas reuniões e Assembleia foram realizadas pelo Simers para aferir as reais demandas da categoria médica, além da articulação de alternativas junto a lideranças políticas e instituições.

Deste processo nasceu a proposição do Deputado estadual Dr. Thiago Duarte para a realização de vistoria à unidade. Estiveram presentes também o Cremers (Conselho Regional de Medicina); OAB/RS(Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Rio Grande do Sul); CRP/RS (Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul); CorenRS (Conselho Regional de Enfermagem do Rio Grande do Sul); Sindsepe RS (Sindicato dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul). O Simers foi representado por seu diretor e membro do Núcleo de Psiquiatria, Rogério Cardoso.

 

A instituição psiquiátrica atualmente conta com quase duzentos pacientes, 191 apenados e 11 mulheres. Para atender esse contingente, apenas cinco médicos psiquiatras, sendo que um encontra-se em processo de aposentadoria e outro em licença-saúde. Em 2022, um terceiro médico se aposentará, fazendo com que se intensifique a sobrecarga dos profissionais, que atuam não apenas na triagem, mas também em perícias e atendimento clínico nas unidades que compõem o IPF. Para Rogério Cardoso “a situação do IPF sempre foi difícil, mas não tanto quanto dessa vez. O Estado pouco ou quase nunca priorizou a saúde mental”. Ele lembrou que a casa é a única que atende especificamente o público penal no Brasil.

 

O déficit também é visto na estrutura física do hospital. Faltam condicionadores de ar, iluminação adequada, salas para atendimento médico, além das péssimas condições de infraestrutura elétrica e hidráulica. Há, também, registro de falta de medicamentos. De acordo com o que foi apresentado, o IPF é responsável pela distribuição de medicamentos para 106 casas prisionais do Estado, que são subdivididas em dez regiões administrativas.

 

As dificuldades também atingem o corpo de técnicos. Há falta de enfermeiros e técnicos de enfermagem, além de farmacêuticos.

 

A vistoria, que foi acompanhada pelos deputados Dr. Thiago Duarte e Jeferson Fernandes, teve como desdobramento uma carta conjunta, a ser emitida entre as Entidades que acompanharam a visita, para apresentar demandas centrais às Secretarias da Saúde, Administração, Fazenda, Susepe e da Segurança Pública, além de viabilizar emendas parlamentares junto à bancada gaúcha na Câmara dos Deputados. A reposição de pessoal por meio de concurso público também tem papel central nas reivindicações.

 

A farmácia do sistema penitenciário está localizada no prédio do IPF e atende a instituição e mais de cem estabelecimentos penitenciários e funciona somente durante o dia. Entretanto, frequentemente faltam remédios básicos (antipsicóticos, anticonvulsivantes, estabilizadores do humor, entre outros), o que coloca em risco os tratamentos. De acordo com Rogério Cardoso, faltam auxiliares de farmácia e deveria funcionar em horário estendido. Ainda sobre o IPF, acrescenta que faltam enfermeiros, técnicos de enfermagem, assistentes sociais, psicólogos, terapeutas ocupacionais. “Os pacientes, alguns crônicos sem reabilitação, ficam sentados ou deitados sem ocupação terapêutica”, observa Cardoso.

 

Tags: Medicina Médicos IPF Saúde Mental

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