Simers realiza ato contra fechamento de emergências psiquiátricas em Porto Alegre
Defesa

Simers realiza ato contra fechamento de emergências psiquiátricas em Porto Alegre

Manifestação, que ocorreu na manhã desta segunda-feira, 1º de setembro, em frente ao Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul (PACS), reuniu médicos, parlamentares e comunidade

Compartilhe

02/09/2025 15:29

Divulgação: ASCOM Simers


O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) promoveu, na manhã desta segunda-feira, 1º de setembro, um ato em defesa da emergência psiquiátrica no Plantão de Emergência em Saúde Mental (PESM), do Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul (PACS), no bairro Santa Tereza, em Porto Alegre. Participaram da manifestação, o presidente do Simers, Marcelo Matias, o coordenador do Núcleo de Psiquiatria do Sindicato, Ricardo Nogueira, além de diretores da entidade médica, profissionais do PACS, pacientes, parlamentares e representantes da comunidade.


O Simers vem se mobilizando há meses contra o fechamento das emergências psiquiátricas, participando de reuniões com a Secretaria Municipal da Saúde, Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara de Vereadores, entre outras ações. No dia 14 de agosto, o Núcleo de Psiquiatria fez uma manifestação em frente à Emergência Psiquiátrica do IAPI, no bairro Passo d’Areia, que também corre risco de fechamento. A Secretaria Municipal de Saúde alega que o fechamento das emergências psiquiátricas no município é uma adequação à lei federal que prevê a substituição gradual de hospitais psiquiátricos por serviços de atenção psicossocial, como os Centros de Atenção Psicossocial (Caps).

A proposta da prefeitura é que sejam abertos seis Caps em Porto Alegre, que deveriam absorver as demandas das emergências, que devem ser fechadas até o fim de 2025. O presidente do Simers afirma que, embora os Caps sejam serviços de suma importância para o atendimento da população, eles não têm capacidade estrutural para realizar o mesmo tipo de atendimento que uma emergência. Além disso, ele pontua que o fechamento provocaria o aumento no fluxo de atendimentos nas emergências clínicas. 


“Os Caps não são emergências, eles não têm a capacidade de fazer a contenção dos pacientes quando necessário. Os Caps não têm médico nem equipe completa no período noturno para atender a esses pacientes que, muitas vezes, chegam em surto ou abstinência de álcool e drogas e podem precisar de um auxílio maior. Com esse fechamento, não teremos essa rede que temos hoje. Mesmo que eles venham a atuar ‘de portas abertas’, os Caps não terão a mesma capacidade da emergência psiquiátrica em termos de horas e de complexidade”, salientou o presidente. 

O diretor e coordenador do Núcleo de Psiquiatria do Simers, Ricardo Nogueira, reforça a importância da emergência psiquiátrica, especialmente nos atendimentos noturnos. “Lamentavelmente, as intoxicações medicamentosas e por drogas ocorrem, na maioria das vezes, na madrugada, assim como as tentativas de suicídio. Por isso, nós temos que ter médicos capacitados, treinados para responder a essa demanda 24 horas por dia ”, frisou Nogueira. 


O psiquiatra Alexandre Coelho, que atende no PACS, explicou que o serviço existe desde o ano 2000 focado em oferecer atendimento especializado e seguro aos pacientes psiquiátricos, que ficam em um espaço separado dos pacientes clínicos. Segundo ele, dos 8 mil atendimentos anuais na unidade, 30% são resolvidos no atendimento de emergência, sem a necessidade de internação psiquiátrica, permitindo, então, que esses pacientes sejam encaminhados ao Caps para dar continuidade ao tratamento. Os outros 70% acabam sendo internados em hospitais psiquiátricos ou hospitais clínicos com leitos psiquiátricos. 

Após a manifestação em frente ao PESM, a diretora-geral do PACS, Liliane Cardoso Hilgert, convidou o Simers, a presidente da Comissão de Súde e Meio Ambiente da Câmra Municipal de Porto Alegre (COSMAM) vereadora Tanise Sabino, o médico e vereador Alexandre Bublitz, a deputada estadual Bruna Rodrigues, representantes do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), do Conselho Municipal de Saúde e da comunidade para participarem de uma reunião. No encontro, todos puderam apresentar suas demandas e motivações para defender a manutenção da emergência. A diretora se comprometeu em repassar os apontamentos dos presentes à administração municipal.

Tags: Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul (PACS) Saúde Mental Psiquiatria Medicina pacientes prioridades população alerta população

Aviso de Privacidade

O Simers utiliza cookies e tecnologias semelhantes, como explicado em nossa Política de Privacidade, para melhorar a experiência de usuário. Ao navegar por nosso conteúdo, o usuário aceita tais condições.

Ver Política