Uma comitiva do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), liderada pelas diretoras Anice Metzdorf e Lizia Mota, realizou visita técnica na Unidade de Saúde Modelo, em Porto Alegre. O objetivo da ação, que ocorreu nesta quarta-feira, 2, foi verificar as condições de trabalho no local, além de conversar com os médicos que atuam na instituição.
Durante a agenda, o corpo clínico relatou uma série de problemas na unidade, entre os quais estão a falta de equipamentos e insumos. Além disso, os médicos destacaram para as dirigentes que o fluxo de atendimento e a estrutura estão comprometidos, uma vez que não há salas suficientes para todos os médicos atenderem, sendo necessário um revezamento, bem como um controle no acesso de pessoas que ingressam no local, o que aumenta a sensação de insegurança, em especial à noite, turno em que já houve registro de furtos.
“O que nós escutamos dos colegas é gravíssimo, já que prejudica o trabalho dos médicos, que estão subaproveitados, e, por consequência, o atendimento à população. Como pode um local funcionar sem o Protocolo de Manchester e equipamentos básicos? Esta situação que nós nos deparamos é o espelho da destruição da Atenção Primária em Porto Alegre”, pontuou Lizia Mota.
Impressora
Na reunião, os profissionais também reiteraram que não tem gerência sobre a própria agenda, devido a um erro no sistema. Com isso, boa parte dos pacientes desistem da reconsulta, pois não conseguem agendar com o mesmo médico. Além disso, o corpo clínico afirmou que sugeriu à coordenação da unidade que as decisões fossem feitas por um colegiado contendo a presença de um médico. Contudo, a ideia foi rechaçada.
Outro fato destacado é da existência de uma única impressora para imprimir todas as receitas, laudos e pedido de exames, que fica no segundo andar. Os médicos têm uma enorme perda do tempo de consulta para se deslocar até a impressora, pegar e voltar para a sala de atendimento para entregar ao paciente, que, neste período, fica sozinho na sala, com relatos de desaparecimento de objetos e pertences.
“Um dos grandes problemas é que o médico se adapta a estas condições ruins de trabalho e isso está muito errado. Por isso, nós reforçamos que é importante a união da categoria para que a cobrança seja conjunta e não individualizada. Além de dar maior força às contestações, isso evita que o médico sofra represálias ou ameaças, como relataram já ter ocorrido aqui”, ressaltou Anice Metzdorf.
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