A fila de espera com 225 pedidos de novos cursos de Medicina no Brasil acende a luz vermelha para a qualidade da formação e dos futuros profissionais que chegarão ao mercado de trabalho. O alerta é feito pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), que vê com preocupação o fim da vigência da portaria do Ministério da Educação (MEC), nesta quarta-feira, 5, que suspendia a abertura de cursos na área desde 2018.
“É muito óbvio que como formamos esses profissionais é muito mais importante do que quantos formamos. Em um cenário caótico de expansão de faculdades de Medicina, estamos debatendo a superficialidade da matéria. É o fim da discussão. Quantidade não é qualidade e, mesmo que fosse, não poderíamos usar a primeira como referencial de Saúde, o qual deve ser baseado em qualidade de vida para o paciente e sustentabilidade do nosso sistema. Nenhuma dessas coisas depende ou melhora com superprodução de médicos”, reforça o diretor de Políticas Estratégicas do Simers, Vinícius de Souza.
A norma tinha como objetivo represar o aumento desenfreado dos cursos de Medicina e colocar em discussão quais os critérios para validar novas vagas. Entretanto, o que se viu foi o contrário. Para de ser uma ideia, dados da Demografia Médica apontaram para o aumento de 103% nos cursos. De acordo com o estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a Associação Médica Brasileira (AMB), o número passou de 20.570, em 2013, para 41.805, no ano de 2022.
Para o dirigente do sindicato, mais do que nunca é preciso que o governo ouça as entidades médicas. “Queremos fazer parte deste debate e que deve ser regionalizado, para ouvir as particularidades de cada Estado e como será feita a distribuição e a fixação dos médicos nos locais que necessitam de atendimento em Saúde”, afirmou Vinícius.
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