O presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Marcelo Matias, ocupou a Tribuna da Câmara de Vereadores de Porto Alegre nesta segunda-feira, 24, para falar sobre o fechamento do Serviço de Ginecologia do Hospital Conceição. O convite foi feito pela vereadora Fernanda Barth. Ele enfatizou os problemas que a transferência da equipe para o Fêmina trará, causando desassistência às mulheres e prejudicando a formação médica. A Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) vai se reunir dia 6 de março para debater a situação.
Em seu discurso, Matias afirmou que a desativação do serviço no Conceição não se trata apenas da transferência para outro local, desassistindo pacientes da Zona Norte da Capital e de municípios vizinhos, mas também da formação de médicos. O presidente do Simers destacou que a decisão de fechar o setor, tomada pela direção do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), foi feita demasiadamente rápida, sem diálogo com a sociedade.
Ele também questionou qual seria a lógica de transferir o serviço para um hospital que irá ser deslocado para uma área perto do Conceição. Há um projeto para que o Fêmina saia do local atual. “Além de antilógico, vai causar uma desassistência da região durante o período”, salientou Matias. O presidente do Simers explicou que o fim da emergência ginecológica no Conceição aumentará os riscos das pacientes quando houver uma intercorrência e elas necessitarem de uma histerectomia, por exemplo. “Nós vamos criar uma ambulancioterapia interna para levar as mulheres do Conceição para o Fêmina”, destacou.
Matias reiterou que a reforma que está sendo feita no Fêmina, para comportar cirurgias que seriam realizadas no Conceição, não é suficiente. Além disso, o sistema de sobreaviso que o GHC disse que implantaria para atender as emergências não foi contratado. A mudança da equipe para o Fêmina está marcada para 1º de março.
A transferência vai prejudicar também a formação médica. Com o fim do Serviço de Ginecologia, as 21 residentes do Conceição, que fizeram a escolha de atuar naquele hospital, vão ter mais dificuldade para acessar as aulas e marcar cirurgias.
O presidente do Simers esclareceu que, há pouco tempo, foi feito outro processo seletivo para residência médica e havia distinção entre vagas para o Fêmina e o Conceição. O Simers defende que não há urgência para a transferência do serviço. “O sistema está funcionando, vamos parar e ouvir os entes vivos da sociedade, como a Câmara de Vereadores, o Conselho Estadual de Saúde, o Ministério Público, o Conselho Regional de Medicina. os conselhos estadual e nacional de residência médica, e vamos decidir apenas após tudo estar certo. Não há urgência”, enfatizou.
Vereadores de diversos partidos também se manifestaram a favor da permanência do serviço no Conceição. A assessoria política do Simers distribuiu dossiês às bancadas, relatando os prejuízos com o fim do setor naquela instituição e a transferência das equipes para o Fêmina.
Fotos: Johan de Carvalho e Júlia Urias/CMPA
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