Simers se pronuncia na Câmara de Vereadores de Porto Alegre contra fechamento do Serviço de Ginecologia do Hospital Conceição
Defesa

Simers se pronuncia na Câmara de Vereadores de Porto Alegre contra fechamento do Serviço de Ginecologia do Hospital Conceição

A transferência da equipe para o Fêmina vai causar desassistência às mulheres e prejudicar a formação médica. A Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) vai se reunir dia 6 de março para debater a situação.

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24/02/2025 17:27

O presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Marcelo Matias, ocupou a Tribuna da Câmara de Vereadores de Porto Alegre nesta segunda-feira, 24, para falar sobre o fechamento do Serviço de Ginecologia do Hospital Conceição. O convite foi feito pela vereadora Fernanda Barth. Ele enfatizou os problemas que a transferência da equipe para o Fêmina trará, causando desassistência às mulheres e prejudicando a formação médica. A Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) vai se reunir dia 6 de março para debater a situação.

Em seu discurso, Matias afirmou que a desativação do serviço no Conceição não se trata apenas da transferência para outro local, desassistindo pacientes da Zona Norte da Capital e de municípios vizinhos, mas também da formação de médicos. O presidente do Simers destacou que a decisão de fechar o setor, tomada pela direção do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), foi feita demasiadamente rápida, sem diálogo com a sociedade.

Ele também questionou qual seria a lógica de transferir o serviço para um hospital que irá ser deslocado para uma área perto do Conceição. Há um projeto para que o Fêmina saia do local atual. “Além de antilógico, vai causar uma desassistência da região durante o período”, salientou Matias. O presidente do Simers explicou que o fim da emergência ginecológica no Conceição aumentará os riscos das pacientes quando houver uma intercorrência e elas necessitarem de uma histerectomia, por exemplo. “Nós vamos criar uma ambulancioterapia interna para levar as mulheres do Conceição para o Fêmina”, destacou.

Matias reiterou que a reforma que está sendo feita no Fêmina, para comportar cirurgias que seriam realizadas no Conceição, não é suficiente. Além disso, o sistema de sobreaviso que o GHC disse que implantaria para atender as emergências não foi contratado. A mudança da equipe para o Fêmina está marcada para 1º de março. 

A transferência vai prejudicar também a formação médica. Com o fim do Serviço de Ginecologia, as 21 residentes do Conceição, que fizeram a escolha de atuar naquele hospital, vão ter mais dificuldade para acessar as aulas e marcar cirurgias.

O presidente do Simers esclareceu que, há pouco tempo, foi feito outro processo seletivo para residência médica e havia distinção entre vagas para o Fêmina e o Conceição. O Simers defende que não há urgência para a transferência do serviço. “O sistema está funcionando, vamos parar e ouvir os entes vivos da sociedade, como a Câmara de Vereadores, o Conselho Estadual de Saúde, o Ministério Público, o Conselho Regional de Medicina. os conselhos estadual e nacional de residência médica, e vamos decidir apenas após tudo estar certo. Não há urgência”, enfatizou.

Vereadores de diversos partidos também se manifestaram a favor da permanência do serviço no Conceição. A assessoria política do Simers distribuiu dossiês às bancadas, relatando os prejuízos com o fim do setor naquela instituição e a transferência das equipes para o Fêmina.

Fotos: Johan de Carvalho e Júlia Urias/CMPA

 

Tags: GHC Serviço de Ginecologia Hospital Fêmina Simers

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