Simers vai debater a proteção à carreira no Encontro Nacional das Entidades Médicas

A necessidade de reverter o atual cenário de precarização das relações de trabalho médico e de promover uma carreira de estado para os profissionais será defendida pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) durante o Encontro Nacional das Entidades Médicas (Enem), que acontece nos dias 29 e 30 de junho, em Brasília. O evento terá a presença da ministra da Saúde, Nísia Trindade, quando o Simers será o representante da categoria gaúcha na discussão de temas como a formação médica, sistema de saúde e mercado de trabalho.

A frente da comitiva do Simers, está o presidente Marcos Rovinski, acompanhado do diretor-geral da entidade, Fernando Uberti; do diretor de Interior, Luiz Alberto Grossi; e do diretor de Políticas Estratégicas, Vinícius de Souza. Rovinski será um dos palestrantes da sexta-feira, 30, às 10h45min, quando vai falar sobre os impactos da pejotização nas relações de trabalho e na cobrança dos tributos. O tema deu origem ao Projeto de Lei 2.621/22, elaborado pela equipe do Simers e apresentado pelo deputado federal Ubiratan Sanderson na Câmara dos Deputados.

“Estamos atentos ao fenômeno da pejotização, que vem ocorrendo em diversos países. Na Medicina, além de provocar a perda de direitos trabalhistas, como férias e licença-maternidade, a prática precariza a relação médico-paciente devido à instabilidade do vínculo e a rotatividade dos profissionais desde os hospitais e clínicas até a rede básica de saúde”, destaca o presidente do Simers.

Para reverter o problema, o Simers vai defender a elaboração de uma carreira regionalizada para os médicos, para garantir a atração e fixação de médicos no interior do Brasil. De acordo com o diretor-geral do Sindicato, a medida seria um contraponto ao programa Mais Saúde, considerado pela entidade como uma resposta temporária ao desinteresse dos profissionais em atuar nos pequenos municípios, os quais contam com carências estruturais na Saúde.

“Acreditamos que a solução é a instituição de carreira federal, nos moldes do Judiciário, com custos diluídos entre a União, os Estados e os municípios, é capaz de dar essa resposta para a sociedade. Os médicos serão atraídos para esses locais mais distantes porque terão segurança funcional e mecanismos de progressão na carreira, com uma remuneração compatível à formação e à responsabilidade da atuação”, destaca Fernando Uberti.

ENEM

O ENEM terá a participação do presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), José Hiran da Silva Gallo; do presidente da FMB, Tadeu Henrique Pimentel Calheiros; e do presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Marcos Gutemberg Fialho da Costa. Considerado um dos eventos mais relevantes para as entidades médicas, tem como objetivo reunir os temas debatidos pelas entidades médicas de todo o país, os quais serão encaminhados aos agentes públicos para garantir ações de interesse da categoria.