O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) acompanha com atenção a transição da gestão da rede hospitalar de média e alta complexidade em Porto Alegre, um processo que pode redefinir o futuro da assistência em saúde no estado. Para a entidade, a mudança só será benéfica se vier acompanhada de garantias concretas de financiamento, valorização dos profissionais médicos, organização eficiente do sistema e, principalmente, de um atendimento digno para a população.
A rede hospitalar da capital gaúcha é uma das principais portas de entrada para pacientes de todo o Rio Grande do Sul que necessitam de tratamentos especializados e de alta complexidade. Hospitais como Clínicas, Conceição, Cristo Redentor e Vila Nova, além de outros centros de referência, absorvem grande parte da demanda não apenas de Porto Alegre, mas também de cidades da Região Metropolitana e do interior.
Nos últimos anos, esse sistema tem operado em estado de alerta, enfrentando problemas crônicos como superlotação, instabilidade nos contratos de prestação de serviços, defasagem nos repasses financeiros e ausência de um planejamento integrado. Essa situação impacta diretamente tanto a qualidade do atendimento ao paciente quanto às condições de trabalho dos profissionais da saúde.
“A transição precisa assegurar que os hospitais recebam recursos compatíveis com suas demandas reais, que os contratos sejam estáveis e atualizados e que os médicos, que sustentam o atendimento na linha de frente, sejam devidamente valorizados”, afirma o presidente do Simers, Marcelo Matias.
Além do financiamento adequado, o Simers defende que o processo de transição seja pautado pela transparência e pelo diálogo com a categoria médica e com as entidades representativas da classe, para que as soluções não sejam apenas administrativas, mas também estruturantes e duradouras.
A entidade reforça, ainda, a necessidade de descentralização do atendimento, uma vez que a centralização excessiva em Porto Alegre sobrecarrega hospitais e profissionais, além de prejudicar pacientes que dependem de deslocamento para acessar serviços de alta complexidade. Para o Simers, o fortalecimento da rede hospitalar em outras regiões é um passo fundamental para reduzir a pressão sobre a capital e tornar o sistema de saúde estadual mais justo e eficiente.
Enquanto o processo de transição avança - pois a ação não é imediata e pode ser concluída em até um ano - o Sindicato se compromete a monitorar de perto cada etapa, atuando para que a reorganização da rede hospitalar não apenas corrija falhas históricas, mas inaugure um novo ciclo de sustentabilidade, respeito aos profissionais e qualidade de atendimento aos pacientes.
“O Simers vai estar vigilante. Os médicos e a população não podem ser surpreendidos por decisões que comprometam o funcionamento do SUS em nosso estado”, conclui Matias.
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