Simers verifica falta de equipamentos e de espaço adequado para médicos atenderem pacientes internados no HCC

Diretores do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) realizaram visita técnica ao Hospital da Criança Conceição (HCC), na manhã desta terça-feira, 8, para averiguar as condições em que os médicos trabalham e os pacientes são atendidos. A conselheira e coordenadora do Núcleo de Pediatria do Simers, Valerie Kreutz, e o diretor Ricardo Pedrini Cruz se depararam com falta de equipamentos para exames em alguns andares da internação, salas mal dimensionadas - que resultam em espaço exíguo entre os leitos - e áreas para procedimentos pequenas e inadequadas. O HCC funciona em um anexo do Hospital Conceição, na zona norte de Porto Alegre. Além disso, a equipe está reduzida e os médicos ficam sobrecarregados.

Durante a visita, foi informado que os pais que acompanham os filhos internados ficam espremidos entre os leitos e, quando é necessária uma intervenção de emergência em um dos pacientes, precisam sair do local, enquanto os leitos são arrastados para haver espaço para a equipe realizar o atendimento. Os médicos relataram falta de oxímetro para cada sala e de otoscópios. No anexo, onde estão pacientes com cateter de alto fluxo, faltam equipamentos para exames, que precisam ser buscados em outros setores. No caso do raio X, a criança tem de ser levada a outro prédio.

Pedrini explica que a avaliação feita no Criança Conceição faz parte do planejamento estratégico realizado pelo Sindicato. “Viemos avaliar a estrutura e instalações, pois em breve inicia o inverno e haverá o aumento sazonal, já previsto, das necessidades de internação pediátrica”, afirma. O diretor do Sindicato lembra ainda que, com o gradual fechamento de leitos pediátricos em Porto Alegre, é possível evidenciar uma superlotação das unidades remanescentes, mesmo antes do inverno.

A pediatra Valerie Kreutz enfatiza que o problema da área física complica o acesso dos médicos aos leitos e pode colocar a vida das crianças em risco, no caso de uma emergência ou uma parada cardiorrespiratória, onde a rapidez do atendimento fica comprometida por essa dificuldade. O Simers vai se reunir com os gestores do HCC para abordar essas questões, “assim como o número insuficiente de médicos rotineiros e plantonistas para o grau de complexidade dos pacientes”, destaca.