Trabalhadores de hospitais de Porto Alegre rejeitam nova proposta do Sindihospa
Sindicatos dos trabalhadores de hospitais de Porto Alegre recusaram a nova proposta de reajuste feita pela entidade patronal em audiência de conciliação, nesta sexta-feira (18), no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 4ª Região. Após mais de três horas de...
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18/11/2016 18:18
Sindicatos dos trabalhadores de hospitais de Porto Alegre recusaram a nova proposta de reajuste feita pela entidade patronal em audiência de conciliação, nesta sexta-feira (18), no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 4ª Região. Após mais de três horas de reunião, dirigentes, entre eles os representantes do Sindicato Médico do RS (SIMERS), consideraram ainda insuficiente a oferta e mantiveram a busca de reposição integral da inflação de 12 meses. O Sindicato dos Hospitais e Clínicas da Capital (Sindihospa) se limitou a oferecer 5% de correção em novembro, seguido por 1% em janeiro e 1% em março, totalizando 7% de reajuste. A inflação de 12 meses chegou a 9,91%.
Diante da falta de acordo, o desembargador e vice-presidente do TRT4, João Pedro Silvestrin, e a procuradora do Ministério Público do Trabalho (MPT), Beatriz Fialho, formularam uma alternativa: 5% de reposição em novembro e reajustes escalonados nos três meses que antecedem a data-base de cada categoria, prevendo 1% no primeiro mês, 1% no segundo mês e, no último mês, o percentual que complete a reposição integral do INPC referente à atual negociação. A direção do Sindihospa se posicionará até as 12h de 28 de novembro. As entidades que representam os trabalhadores já marcaram nova assembleia para a tarde do mesmo dia, desta vez no Hospital de Clínicas.
“Estamos muito longe do que seria minimamente justo e pretendido pelos trabalhadores, mas avançamos bastante. Vamos aguardar agora a manifestação do sindicato patronal”, destacou o presidente do SIMERS, Paulo de Argollo Mendes, reforçando que a mobilização se mantém forte. "Continuaremos a levar à população a necessidade de valorização dos profissionais.“ A vice-presidente do Sindicato Médico, Maria Rita de Assis Brasil, ressaltou que as categorias construíram um movimento unitário e que cada lado tem mostrado que está aberto a um acordo. "Mas é fundamental que possamos assegurar a recomposição integral da inflação do atual período, que é uma das mais elevadas dos anos recentes!”, pontuou Maria Rita.
Entenda como está a negociação
Em assembleia unificada na sexta-feira passada (11), em frente ao Hospital Nossa Senhora da Conceição, as categorias aprovaram manter estado de greve até esta sexta-feira, à espera da audiência. Os trabalhadores de 12 hospitais que seguem a convenção do Sindihospa e ainda a UPA Zona Norte pararam por 48 horas, em 9 e 10 deste mês. Até essa paralisação, o sindicato patronal havia proposto reajuste de 5% parcelados. Na primeira audiência no TRT no dia 8, surgiu proposta de 6%, após interferência do vice-presidente do órgão. O índice acabou recusado.
Entenda a mobilização e as pautas:
Perda salarial – Após mais de dois meses de negociação, a proposta não atende a reivindicação de reajuste dos profissionais da área da saúde. Enquanto a inflação é de 9,5%, o valor oferecido é de 5%, com pagamento parcelado.
Condições de trabalho – As condições para atendimento em muitas instituições são precárias. Resta ao médico socorrer o paciente em cadeiras, sem equipamentos, em salas sem ventilação e insalubres.
Segurança – Até mesmo execuções sumárias têm ocorrido dentro dos hospitais. São situações de extrema vulnerabilidade que colocam em risco a vida de profissionais da saúde e pacientes. Constantemente os trabalhadores reivindicam dispositivos de segurança e maior vigilância em ambientes de conflito permanente, que não têm sido atendidos.
Falta de leitos – O número reduzido de leitos também é uma constante que dificulta o atendimento. Para se ter uma ideia, no dia 27 de outubro, a emergência do Hospital de Clínicas registrava 174 pacientes para 41 vagas. Não se trata de um número isolado. Uma das consequências é a sobrecarga dos profissionais, que precisam atender um número muito superior do que o permitido pela estrutura. Ao mesmo tempo, os pacientes são expostos a situações degradantes, que ferem os direitos humanos. “Qualquer um que já tenha estado em um serviço do SUS sabe que as condições de atendimento são de indigência. São insalubres e, inclusive, anti-higiênicas para a população”, ressalta o presidente do SIMERS.
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