Desde 2008, os alunos de Medicina do Rio Grande do Sul vêm mudando a história da recepção aos calouros. No lugar de ações violentas ou as humilhações que alguns ainda tentam manter nas instituições que formam futuros médicos, há 15 anos o Trote Solidário já mobilizou mais de 21 mil acadêmicos, deixando para trás uma cultura da vergonha pela consciência e a empatia com o próximo. Para se ter uma ideia do tamanho da iniciativa do Núcleo Acadêmico do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (NAS Simers), ao longo da trajetória do Trote Solidário já foram arrecadadas mais de 408 toneladas de itens alimentícios, o que representa comida na mesa para mais de 816 mil pessoas.
“Estamos acompanhando a repercussão dos atos promovidos por estudantes e ficamos entristecidos ao ver como ainda sobrevive a errônea ideia de que um veterano precisa subjugar o colega recém-chegado. Isso não pode mais ocorrer em nossa sociedade. Precisamos de médicos que deem exemplo de como tratar o ser humano e é isso que o Trote Solidário quer levar para todos aqueles que passam ou vão passar por ele. Estamos lidando com pessoas que vão salvar vidas”, reforça o diretor de Políticas Estratégicas do Simers, Vinícius de Souza, que também já passou pela experiência do Trote Solidário.
Para se ter uma ideia do tamanho da ação do NAS Simers, todas as 20 faculdades de Medicina gaúchas participam da atividade, que conta com a parceria do Banco de Alimentos do RS, Lions Clubs International e Rotary Club International. São essas as entidades responsáveis em direcionar o que foi arrecadado às cidades onde foram realizadas as doações, tanto na Capital como na região Metropolitana e Interior. Somente na edição 2023 do Trote Solidário, foram arrecadados 48.286,52 quilos de itens alimentícios. O terceiro maior volume de doações da história da iniciativa e que também beneficiou as vítimas das enchentes no Vale do Taquari, a maior tragédia natural vivenciada no estado.
Além de Alimentos
E o Trote Solidário também vai além dos alimentos. Ele também movimenta os alunos para a doação de sangue e cadastro para doação de medula óssea, em parceria com os hemocentros de cada cidade onde acontecem as ações de solidariedade. Já foram 8.185 bolsas de sangue coletadas junto aos hemocentros do RS, sendo que uma bolsa pode salvar até quatro vidas. Sem falar na arrecadação de cerca de 6,5 toneladas de tampinhas plásticas, revertidas para a Associação de Apoio a Pessoas com Câncer (Aapecan) — o valor de 150 quilos equivale a uma cadeira de rodas ou uma cadeira de banho. Outro exemplo de cidadania foram os 31.233 mil livros doados para cursinhos populares de pré-vestibular em Medicina.
Toda essa movimentação em prol da vida também já foi reconhecida duas vezes com o prêmio TOP Cidadania 2022, promovido pela Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-RS) e entregue às entidades gaúchas que se destacam por suas práticas de gestão de pessoas, desenvolvimento humano e responsabilidade social. Além disso, o Trote já acumula diversos prêmios de expressão nacional ao longo de sua trajetória, como o Prêmio Ser Humano Oswaldo Checchia 2014, da ABRH-Nacional, na modalidade Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social/Organização Cidadã.
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