Tuberculose ainda é realidade no RS; adesão a tratamento é desafio
A Luta

Tuberculose ainda é realidade no RS; adesão a tratamento é desafio

Doença praticamente controlada há mais de um século, a tuberculose permanece afetando a saúde da população global, especialmente de grupos vulneráveis em países com ampla desigualdade social. É o caso do Brasil, que integra a lista dos 22 países responsáveis...

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24/03/2016 14:35

Diretora do HSP apresenta números da tuberculose
Diretora do HSP apresenta números da tuberculose
Doença praticamente controlada há mais de um século, a tuberculose permanece afetando a saúde da população global, especialmente de grupos vulneráveis em países com ampla desigualdade social. É o caso do Brasil, que integra a lista dos 22 países responsáveis por 80% do total de casos no mundo, ocupando a 17ª posição. Embora tenha prevenção – a vacina BCG –, tratamento e cura, a doença ainda atinge 70 mil brasileiros a cada ano e mata 4,6 mil, segundo dados do Ministério de Saúde. No Rio Grande do Sul, a incidência de novos casos se mantém constante e Porto Alegre é a terceira capital com mais ocorrência. A coordenadora do Programa Estadual de Controle da Tuberculose e diretora técnica do Hospital Sanatório Partenon, referência para o diagnóstico e tratamento da TB, Carla Jarczewski, desmistifica que isso se dê devido à região contar com um inverno mais rigoroso. “O que ocorre aqui é que as Estratégias de Saúde da Família não conseguem atingir nem metade da população da Grande Porto Alegre. Isso também influencia na taxa de abandono do tratamento, que é de 16% no RS e de 25% na capital.”
Populações mais vulneráveis
Populações mais vulneráveis
A tuberculose é um problema de saúde pública com profundas raízes sociais. Afeta prioritariamente os pulmões e está associada à baixa imunidade, por isso o adoecimento costuma estar ligado a pobreza, má distribuição de renda e alguns grupos populacionais. No Brasil, os mais atingidos são: em situação de rua (incidência 32 vezes maior que a média), privados de liberdade e soropositivos para HIV (ambas 28 vezes maior), seguidos pelos indígenas (três vezes maior). Mas engana-se quem pensa que não pertencer a um grupo de vulnerabilidade o afasta da TB. “Todos os dias nos deparamos com a doença e ela pode atingir qualquer um, já que é transmissível pelo ar. É um agravo importante, que pode matar, mas quanto antes for encaminhado o tratamento, maior as chances de cura”, alertou o presidente da Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Rio Grande do Sul, Paulo Roberto Goldenfum, durante evento em alusão ao Dia Mundial de Combate à Tuberculose (24).
Goldenfum alerta que todos são suscetíveis à doença
Goldenfum alerta que todos são suscetíveis à doença

Atenção a sintomas e tratamento

A tuberculose é causada geralmente pela Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch. Alguns pacientes não manifestam indícios da doença ou apresentam sintomas simples, que acabam ignorados até por anos. Já a maioria dos infectados tem tosse seca contínua no início, seguida de secreção por mais de quatro semanas, que pode passar a conter pus ou sangue; cansaço excessivo; febre baixa geralmente à tarde; sudorese noturna; falta de apetite; palidez; emagrecimento acentuado; rouquidão; fraqueza e prostração. Os casos graves apresentam dificuldade na respiração; perda de sangue; colapso do pulmão e acúmulo de pus na pleura – se houver comprometimento da membrana, pode haver dor torácica. A transmissão é direta, através do ar, quando o doente expele pequenas gotas de saliva com o agente infeccioso ao falar, espirrar ou tossir, que podem ser aspiradas por outro indivíduo. Somente 5% a 10% dos infectados pelo bacilo de Koch adquirem a doença. Além dos grupos vulneráveis já citados, pessoas com diabetes, insuficiência renal crônica, desnutridas, idosos doentes, usuários de álcool e outras drogas e tabagistas também são mais propensos a contrair a tuberculose. Em caso de sintomas, deve ser buscada a unidade de saúde mais próxima. O tratamento é gratuito e deve ser feito por um período mínimo de seis meses, sem interrupção, diariamente. São utilizados quatro fármacos para o tratamento dos casos que utilizam o esquema básico. Todos os pacientes podem ser curados, desde que sigam rigidamente o tratamento.
Tags: Sanatório Partenon Pneumologia Tisiologia Rio Grande do Sul Tuberculose

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