Vitória do Simers: Câmara de Vereadores de Porto Alegre cassa mandato de Gilvani Dalloglio, o Gringo

O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) comemora uma importante vitória nesta segunda-feira: a cassação do vereador de Porto Alegre, Gilvani Dalloglio, o Gringo, pelo plenário da Câmara Municipal. Por 26  votos favoráveis, três contra e quatro abstenções, foi aprovado o parecer da relatora da Comissão de Ética, Karem Santos, favorável à perda do mandado. A denúncia por quebra de decoro parlamentar foi apresentada pelo presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Marcelo Matias. 

A representação se baseou no depoimento de Gringo à CPI do DMAE, em 29 de setembro, quando ele próprio admitiu uma série de condutas consideradas graves e incompatíveis com a função pública. Foram quatro irregularidades apresentadas na denúncia;

1. Possuir condenação criminal transitada em julgado no Superior Tribunal de Justiça (STJ);
2. Mentir sob juramento à CPI ao negar, inicialmente, a existência de tal condenação;
3. Manter contrato de sua empresa particular com o Poder Público Municipal, em violação direta à Lei Orgânica;
4. Ter praticado atos de corrupção ativa no passado, ao admitir o pagamento de propina a agentes públicos.

Essa foi a segunda vez que o Simers aponta a má conduta do vereador. Em maio, Matias havia protocolado denúncia por por abuso de prerrogativas e desrespeito a profissionais da saúde. Em janeiro e fevereiro deste ano, o vereador fez visitas às Unidades de Pronto Atendimento Moacyr Scliar e Bom Jesus, sob pretexto de fiscalizar os atendimentos. Vídeos foram gravados sem autorização dentro das dependências das UPAs e divulgados nas redes sociais do parlamentar, gerando ataques virtuais aos profissionais.

A atuação de Gilvani Dalloglio, o Gringo, não é um caso isolado de vereadores que usam as demandas da população pelo SUS como palco político, criticando sem conhecer a realidade e a rotina dos médicos que atuam, muitas vezes, em condições precárias. Essas visitas, disfarçadas de fiscalização, muitas vezes incitam agressões contra os profissionais.

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Neste ano, o Simers já atuou em diferentes casos envolvendo vereadores que cometeram irregularidades, como invadir consultórios e fazer filmagens indevidas. Veja como está a atuação do Sindicato em cidades que registraram estes casos de desrespeito aos médicos.

Marcio Antunes, de Santo Ângelo –  a 2ª Vara Cível da Comarca de Santo Ângelo determinou a retirada imediata de postagens consideradas ofensivas à categoria médica. O Simers já havia apresentado denúncia formal ao Ministério Público e à Câmara Municipal de Vereadores de Santo Ângelo, instruída com provas.

Júlio César Figueiredo Doze, o Sargento Doze, de Santana do Livramento – Cassado em outubro de 2025. O Simers acompanhou o caso desde os primeiros episódios e solicitou em agosto a cassação do vereador, considerando um passo fundamental para a defesa da integridade física, psicológica e profissional dos trabalhadores da saúde. Há, ainda, uma ação de 2020 de danos coletivos à categoria.

Eduardo Diou, de Capão da Canoa - o Simers solicitou à Câmara Municipal a instauração de procedimento disciplinar para apurar, com base no Regimento e na Lei Orgânica, possíveis violações ao decoro parlamentar. 

Joelson Araújo, de Novo Hamburgo - Simers propôs que fosse criada uma normativa estabelecendo regras e critérios para o acesso de vereadores aos espaços de saúde. Atualmente, o vereador só é autorizado a entrar na UPA  e no hospital acompanhado por algum funcionário da Fundação de Saúde e não acessa mais os espaços reservados aos médicos.

João Luís Moreira (o Bacana), de Santo Antônio da Patrulha – o Sindicato realizou reunião com a Câmara de Vereadores. Os atos relatados pela administração do hospital e pelo secretário de Saúde do município, Antônio Selistre, ao Simers também foram considerados graves.

Ezequiel Vargas, de Canoas – Teve o mandato cassado pela Câmara de Vereadores da cidade em agosto de 2025 por quebra de decoro parlamentar. 

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