SIMERS recebe vereadores para discutir projetos de Marchezan Jr.
A Luta

SIMERS recebe vereadores para discutir projetos de Marchezan Jr.

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08/11/2017 12:00

Comissão Especial para discutir projetos do Executivo relacionados aos municipários
Eltz ressaltou o corte de salário e a retirada de direitos. Foto: Divulgação/SIMERS
Com o auditório do SIMERS lotado, os médicos municipários reforçaram a importância da continuidade do movimento grevista e debateram o impacto dos projetos de lei do Executivo relacionados aos servidores de Porto Alegre. A reunião, realizada na noite desta terça-feira (7), é parte da agenda da Comissão Especial da Câmara Municipal criada para discutir as propostas do prefeito Nelson Marchezan Júnior. Durante o encontro, que contou com a presença de vereadores de cinco partidos diferentes, o economista Cristiano Ponzoni trouxe dados sobre o impacto financeiro que os projetos terão – caso sejam aprovados. De acordo com o estudo realizado por ele, a perda salarial dos municipários seria de 25% a 54%, dependendo do tempo de atuação no serviço público. A estimativa aponta, ainda, que R$ 633 milhões deixariam de circular na economia com a redução da massa salarial. O diretor do SIMERS e também servidor municipal Jorge Eltz analisou os principais pontos do projeto e destacou que todos eles trazem uma característica em comum: a redução de salários e a retirada de direitos. “Vários recursos poderiam ter sido utilizados para o pagamento dos salários e não foram. O parcelamento é uma decisão política, dentro de um projeto de governo que busca o estado mínimo, mas só para o povo”, ressaltou.

Contra os projetos

Relator da Comissão Especial, o vereador Airto Ferronato ressaltou o apoio que a comunidade tem dado ao movimento, entendendo que não se trata apenas dos direitos do funcionalismo, mas também de lutar por Porto Alegre. “Desde 1989, como vereador, nunca acompanhei projetos de apelo popular tão baixo. Meu relatório contrário aos projetos é uma necessidade”, pontuou.

Relatos dos médicos

Além de discutir os projetos, a reunião também serviu como espaço para que os presentes pudessem trazer seus relatos e posicionamentos. O médico Mauro Soibelman, que trabalha no Hospital de Pronto Socorro (HPS), pediu a todos aos vereadores que mantenham a capacidade de indignação diante dos cortes propostos pelo prefeito Marchezan Jr. “Inclusive pela forma como aconteceu o encaminhamento à Câmara. Não houve discussão. Ele altera as regras com o jogo em andamento e desrespeita o concurso público”, pondera. Já a ginecologista Letícia Rossi Bueno, que atua no Hospital Materno Infantil Presidente Vargas, lembra que trabalhar no serviço público sempre foi a sua vontade, mesmo que muitos não entendessem ou a desencorajassem. “Eu adoro o que eu faço e sei que faço com qualidade. Eu quis estar aqui, atendendo pelo SUS. Depois de cinco anos e quatro meses, digo que entrei para ficar. Mas se os projetos de lei passarem, vou me exonerar. Estou recém iniciando minha carreira e sei que ficaria insustentável”, afirma.

Vitória dos municipários

A reunião ocorreu no mesmo dia de importante vitória para o funcionalismo, com o anúncio da retirada de tramitação do Projeto de Lei Complementar 11/2017, que prevê mudanças como o fim das gratificações por tempo de serviço e dos triênios. Mesmo com essa conquista parcial, Eltz ressalta que a luta dos municipários continua – e precisa de cada vez mais apoio e união. “Ainda que ele tenha recuado momentaneamente, por perceber que seria derrotado na Câmara Municipal, o pacote segue e precisa ser combatido por todos nós”, enfatizou. Eltz também lembrou que a retirada o PLC 11/2017 não representa uma vitória definitiva para os municipários. O Executivo municipal, disse ele, ainda pode reencaminhar o projeto para tramitação a qualquer momento. Por essa razão, o SIMERS mantém a decisão de acompanhar o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) na greve da categoria.
Tags: Municipários Comissão Especial; Municipários de Porto Alegre greve dos municipários

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