Em 10 anos, o número de faculdades de Medicina, no Brasil, quase dobrou. Foi com esses e outros números alarmantes que o presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Marcelo Matias, palestrou na tarde desta sexta-feira, 24, no 11º Congresso Médico de Passo Fundo e 10ª Semana Acadêmica Atitus Educação.
Em uma apresentação à plateia, o presidente traçou uma linha do tempo em relação ao número de faculdades no país. Enquanto em 1987, o total era de 78, a contabilização salta para 252 em 2014 e, 11 anos depois, agora é de 494.
“E pode piorar. Só no RS temos 23 pedidos judiciais de abertura de faculdades. Temos uma instituição que tem 120 vagas com 19 alunos, com uma seleção apenas com redação online”, lamenta Matias, que também trouxe o total nacional de pedidos: 177.
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O presidente do Simers ressaltou que o fenômeno no Brasil é o maior aumento exponencial no mundo. Atualmente, o país só perde para a Índia no número de médicos, entretanto, a discrepância é enorme: enquanto o primeiro tem uma faculdade para pouco mais de 400 mil habitantes, o segundo tem uma para mais de 2 milhões de pessoas.
“Os jovens serão as maiores vítimas destas decisões no que diz respeito à profissão médica. A precarização, a abertura indiscriminada de faculdades, a não necessidade de ter um diploma e CRM para exercer sua profissão é algo extremamente perigoso para o futuro”, destaca.
Núcleo de Combate ao Exercício Ilegal da Medicina no Simers
Matias também falou sobre o Núcleo de Combate ao Exercício Ilegal da Medicina do Simers, que atua com diversas denúncias, inclusive a nível federal. Ele trouxe exemplos de defesas judiciais contra o Conselho Federal de Farmacologia, que defendia a liberação da prescrição médica por farmacêuticos, bem como contra o Conselho Federal de Biologia, que defende a liberação da aplicação de botox por parte dos biólogos.
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