Audiência pública na Assembleia Legislativa debate demora no atendimento na emergência do Hospital Restinga
Medicina

Audiência pública na Assembleia Legislativa debate demora no atendimento na emergência do Hospital Restinga

Simers participou da discussão da busca por solução para reduzir o tempo de espera da população

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26/03/2025 06:30

Foto: Lucas Kloss/ALRS

Reclamações sobre a demora no atendimento na emergência do Hospital Restinga, no extremo sul de Porto Alegre, e falta de insumos básicos, entre outras queixas, tomaram conta da audiência pública da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, nesta quarta-feira, 26. A conselheira do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, Lúcia Osório, participou do debate, proposto pelo deputado Thiago Duarte. Diversos usuários da instituição foram ouvidos e relataram as longas esperas.

O parlamentar disse ter tomado conhecimento de pessoas que ficaram aguardando por horas. Duarte criticou a ausência de representantes da Secretaria Municipal de Saúde que, apesar de já ter pedido audiência pública para discutir a crise na área, não enviou representante ao ser convidada. 

O fechamento do pronto-atendimento da região e a transformação de unidade de saúde, onde havia pediatra e ginecologista, em clínica da família, foram apontadas como algumas das causas para a alta demanda. A falta de uma UPA no extremo sul e o crescimento da população também foram outros fatores indicados. Os usuários do hospital pediram a contratação de mais médicos, a qualificação do atendimento e urgência na criação da câmara técnica, onde os problemas pontuais possam ser resolvidos com maior rapidez.

A conselheira Lúcia Osório destacou que a grande quantidade de faculdades de medicina no país não se traduz, muitas vezes, em um ensino e uma formação de qualidade. “Necessitamos que haja mais atendimento na atenção básica, para que os casos mais simples não cheguem ao hospital”, salientou também.

Segundo o diretor técnico do Hospital Restinga, Carlos Casartelli, a emergência atende cerca de dez mil pacientes por mês. Lembrou que o projeto original previa cuidar apenas da população do extremo sul de Porto Alegre e, hoje, recebem pessoas de toda a cidade e até de outros municípios. Além disso, o orçamento não acompanhou esse crescimento. Quando inaugurou, em julho de 2014, era de R$ 4,6 milhões. Quase 11 anos depois, o valor, é de R$ 5,7 milhões. “Ampliação de médicos em horário de pico, só se tiver mais recursos”, afirmou. Ele sugeriu criar uma área para atender os pacientes de casos sem gravidade ou urgência, separada do setor de emergência e ficou de entregar um projeto para obter os recursos necessários. Ele também enfatizou que a inexistência de UPAs na região agrava a situação.

O deputado Thiago Duarte se colocou à disposição para acelerar a criação da câmara técnica e dar encaminhamento ao projeto que Casartelli fará. A comissão vai encaminhar a solicitação de mais médicos à Associação Hospitalar Vila Nova, que administra o Restinga e unidades de saúde (US) da região, à Secretaria Municipal da Saúde, Ministério Público e Defensoria. Também irá oficiar a entidade e a Prefeitura para que ampliem o atendimento dos postos, incluindo um terceiro turno e abertura aos sábados. Outra demanda é para que as USs tenham condições de acelerar o encaminhamento de exames básicos, para que o diagnóstico seja feito mais rápido. Será destacada, ainda, a urgência de uma UPA no extremo sul.

A audiência pública foi aberta pelo presidente da comissão, deputado Neri, o Carteiro. Também participaram o vereador Giovani Culau, o promotor de Justiça, Leonardo Guarise Barrios, a diretora administrativa do Hospital Restinga, Amanda Dal Molin, o vice-coordenador do Conselho Municipal de Saúde, Waldir Bohn Gass, e representantes dos conselhos distritais, entre outros.

Tags: Hospital Restinga e Extremo Sul Audiência pública Assembleia Legislativa Médicos Medicina Simers 93 anos

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