Para o Núcleo de Pediatria do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), a divulgação feita nesta terça-feira, 9, sobre a ocupação máxima dos leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTIs) neonatais nos dois hospitais de Passo Fundo, referência para a Região Norte, reflete a crise vivenciada pelos pacientes infantis em todo o estado. O problema, que abrange desde a má distribuição de pediatras até o fechamento de leitos e serviços especializados, já vem sendo alertado pelo Simers na campanha S.O.S. Pediatria e faz parte do conteúdo elaborado pela entidade na Carta Aberta, que foi entregue também nesta terça aos principais atores do poder público, tanto na esfera municipal como estadual.
O coordenador do Núcleo de Pediatria do Simers, Daniel Wolff, esteve reunido com o presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Mauro Pinheiro, quando apresentou o documento que conta com o apoio da Sociedade de Pediatria do RS. O texto aponta os principais gargalos do atendimento de zero a 14 anos em solo gaúcho. “Infelizmente, os números mostram que, além de 131 municípios não contarem com pediatras, temos uma redução de 11% dos leitos pediátricos e cirúrgicos nos últimos cinco anos, sendo 13% apenas pelo Sistema Único de Saúde”, afirma Wolf.
A carta elaborada pelo Simers foi assinada por mais de 200 pediatras, durante o XVI Congresso Gaúcho de Atualização em Pediatria, que aconteceu de 4 a 6 de abril, na Capital. Ela também foi entregue à assessoria do governador Eduardo Leite e protocolada na presidência da Assembleia Legislativa do RS (ALRS) e na Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre. “Não podemos mais ignorar a crise que assola os serviços de pediatria no nosso estado, pois estamos à beira de um colapso no atendimento e vidas estão em risco. Por isso, temos que unir forças para que tragédias possam ser evitadas. Nenhum médico quer ver o sofrimento dos seus pacientes”, lamenta o diretor do Simers.
Entre os pontos abordados pelo Simers também estão a necessidade urgente da reabertura dos leitos pediátricos no Hospital Vila Nova, em Porto Alegre, bem como novas vagas no Hospital Materno Infantil Presidente Vargas. No interior, por exemplo, o pedido do Simers inclui a alocação de mais um médico intensivista nos Hospitais Santa Cruz, de Santa Cruz do Sul, e Bruno Born, de Lajeado. De acordo com o diretor do Simers, cada momento de atraso representa risco de vida. “Os governos não podem continuar a negligenciar a gravidade da situação nas unidades de terapia intensiva pediátrica e precisamos expandir a capacidade de atendimento, para evitar o colapso total do sistema”, alerta.
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