O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) efetuou vistorias em unidades de saúde do Litoral Norte, nesta quarta-feira, 28. As inspeções foram conduzidas pela conselheira do Simers, Lúcia Osório, que esteve em dois postos de saúde e na UPA de Tramandaí e no Hospital Nossa Senhora dos Navegantes (HNSN), em Torres.
Durante a manhã, as visitas foram concentradas em Tramandaí. Na primeira unidade vistoriada, não havia relatos de falta de medicamentos ou insumos, mas os profissionais relataram escassez de mão de obra. Na unidade, havia apenas um médico para realizar uma média de 20 atendimentos diários. O mesmo profissional também fica responsável por realizar visitas domiciliares, renovações de receitas, puericultura e pré-natal. O posto não conta com agente de saúde.
Na unidade, 60% dos pacientes são idosos e os atendimentos são feitos por agendamento. Conforme relatos, as fichas acabam no mesmo dia em que os agendamentos são abertos. Os profissionais reclamam que a prefeitura estipulou um aumento de 12 para 16 atendimentos por turno, passando de três para quatro por hora, sobrecarregando as equipes, que já são reduzidas.
Em outra unidade visitada foi identificada uma situação semelhante. Embora não houvesse questões estruturais, havia apenas um médico para atender os pacientes. No local, foi apontada a necessidade de haver quatro agentes comunitários, porém, há apenas três. Recentemente, houve uma contratação temporária de profissionais para suprir uma demanda represada, mas o contrato encerrou-se e, agora, o posto segue com apenas um médico. Profissionais relatam que o aumento do fluxo de atendimentos estipulado pela Secretaria Municipal de Saúde vai ampliar a sobrecarga dos trabalhadores.
Já no Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, em Torres, a conselheira Lúcia Osório foi recebida pelo diretor-técnico do HNSN, Fábio Amoretti. Questionado sobre relatos de atrasos em honorários de médicos, o gestor explicou que o Instituto Brasileiro de Saúde, Ensino, Pesquisa e Extensão para o Desenvolvimento Humano (IBSaúde) — que administra o hospital — efetua os repasses 60 dias após a prestação dos serviços.
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Segundo o diretor, o hospital tem custo mensal de R$ 4 milhões com subsídio majoritário do Ibsaúde, sendo o restante proveniente de emendas parlamentares, aporte da prefeitura na ordem de R$ 1,5 mi. Há insuficiência nos repasses por parte do Governo do Estado. Outro ponto levantado pelo diretor é que o município recebe pacientes de municípios vizinhos, embora não receba apoio financeiro dos mesmos. Não há registros de falta de insumos e medicamentos na unidade.
“Nós tivemos uma informação de que havia atraso de pagamentos aos médicos, mas o diretor nos informou que eles recebem sempre 60 dias após a emissão da nota fiscal devido ao contrato com o IBSaúde. Ele também nos cominicou que o grande problema é a falta de aporte do município, mas mesmo assim, o hospital está reformado, bonito e bem cuidado”, comenta a conselheira Lúcia Osório.
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