Simers reúne diretores e delegados sindicais do interior, para dar continuidade às pautas sindicais

Na noite da quinta-feira, 9, o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) convocou seus diretores e delegados sindicais do interior do Estado, de forma virtual. O encontro foi conduzido pelo diretor de Interior, Luiz Alberto Grossi, e teve como objetivo traçar estratégias e levantar as necessidades de cidades que foram atingidas pela enchente histórica. Uma das ações que já está em andamento é o cadastramento de médicos voluntários para atuarem nas cidades prejudicadas. Também foram discutidas no encontro questões sindicais que já estavam em andamento anteriormente.

Fora do Rio Grande do Sul para tratar de assuntos de interesse da classe médica desde o início da semana, o presidente do Simers, Marcos Rovinski, destaca o grande trabalho da entidade no auxílio dos atingidos pela enchente no RS. “Estamos fazendo um grande trabalho para garantir atendimento em todos os abrigos que a Prefeitura de Porto Alegre nos designou e, também, de cadastramento de médicos para trabalharem de forma voluntária, lá na ponta, onde as pessoas estão sofrendo. Também estou pedindo ajuda dos nossos representantes no Congresso Nacional, para ampliarmos a nossa linha de atuação para o interior do RS”, destacou.

O vice-presidente do Simers, Fernando Uberti, destaca a importância do trabalho dos médicos para ajudar os gaúchos que estão abrigados em Porto Alegre, e afirma que o Sindicato pode expandir sua atuação para todo Estado. “Já temos 931 médicos voluntários cadastrados para atuarem nas cidades mais prejudicadas. É neste momento que a classe médica precisa mostrar para a sociedade a sua força. Estamos unidos e mobilizados para ajudar. Juntos vamos superar mais essa adversidade”, enfatiza.

Para Luiz Alberto Grossi, diretor de Interior do Simers, a tragédia que atingiu o Estado não possui precedentes na história e é fundamental fazer tudo que for possível para ajudar uma das regiões que mais movimenta o nosso PIB a restabelecer sua normalidade. “Quase dois milhões de gaúchos foram afetados de alguma forma. São mais de 68 mil pessoas instaladas em abrigos espalhados pelo Estado, precisamos ajudar essa população a terem um primeiro atendimento de qualidade, retomando sua dignidade”, destacou.

A diretora da Região Norte, Sabine Chedid, destacou durante o encontro que muitas entidades de todos os setores da sociedade estão se envolvendo na causa dos desabrigados pelo Estado, e procurando o Simers para oferecer doações. “Nosso foco, neste momento, está na arrecadação de remédios para auxiliar a população. Além de medicamentos de uso contínuo para população adulta e infantil, antibióticos, corticóide, dentre outros para as demandas atuais, precisamos estar atentos a sazonalidade de doenças respiratórias nos públicos infantil e idoso”, revela.

Para Gabriela Schuster, diretora do Simers, o momento é de estreitar parcerias com empresas do setor privado, para aumentar a arrecadação de medicamentos. “Nós temos a expertise na prescrição e destinação de remédios controlados. Temos estado em contato direto com setores da iniciativa privada para avaliar a possibilidade de aumentar as doações. A parceria com o Conselho Regional de Farmácia também é fundamental para a destinação correta dos medicamentos”, destaca.

Pauta sindical

A enchente que atingiu quase a totalidade dos 497 municípios gaúchos foi a principal pauta do encontro virtual. Além do tema que preocupa todo o país, a reunião também teve como foco dar continuidade a demandas sindicais que já vinham sendo atendidas pelo sindicato. Fora do Estado desde o início da semana, Rovinski destaca que esteve em Brasília, reunido com representantes da Frente Parlamentar da Medicina, para tratar sobre o decreto do Governo Federal, que altera as normas para residência médica no Brasil. “Pedi o apoio dos parlamentares para derrubarmos esse decreto que nos está sendo imposto pelo governo e que pode diminuir a qualidade das residências que sempre foram padrão Ouro. O futuro da medicina também está em jogo”, enfatiza.

Em Rio Grande, uma das cidades que vem sendo castigadas pela cheia das águas, por exemplo, o presidente do Sindicato Médico de Rio Grande, Sandro Oliveira, destacou que apenas 40% dos pagamentos do mês de fevereiro, devidos aos médicos no Hospital Santa Casa, foram depositados. “Os gestores utilizam o evento climático como justificativa para não honrar os pagamentos em dia dos médicos que estão trabalhando integralmente para atender vítimas desta tragédia que atinge o nosso Estado”, enfatiza.

Cadastramento de médicos voluntários

As inscrições para o atendimento voluntário no estado está centralizada no cadastro do Simers neste link https://lp.simers.org.br/medicos-voluntarios

A inscrição também se dá de forma automática ao participar deste grupo do WhatsApp https://chat.whatsapp.com/Dt7ikfB5wQn6BxG13gz4cW