Com o compromisso de servir à comunidade, os futuros médicos estão transformando o desafio em oportunidade
Apesar das portas das universidades gaúchas estarem fechadas temporariamente, o aprendizado segue em pleno curso. Em meio a pior tragédia climática que o estado já viu, os alunos de Medicina encontraram uma nova sala de aula: os abrigos para pessoas em situação de vulnerabilidade. Em Porto Alegre, o Núcleo Acadêmico do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (NAS - Simers) se dedica ao voluntariado, onde a teoria médica encontra a prática humanitária. Nos abrigos, eles contribuem com o papel assistencial e também desenvolvem habilidades valiosas, desde a gestão até a comunicação mais assertiva.
De acordo com o vice-presidente do NAS - Simers, Thales Aguiar, a iniciativa não só beneficia aqueles que recebem cuidados, mas também prepara uma nova geração de profissionais de saúde com uma visão mais ampla e integrada da Medicina. “Nos momentos em que a sociedade é levada ao extremo, como nos desastres e pandemias, o médico sempre vai ser requisitado. E a experiência em situação de estresse como estamos vivendo, está moldando médicos mais conscientes e preparados para os desafios do futuro”, afirma o acadêmico que está no 12º semestre da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel).
Thales explica que o trabalho desenvolvido pelo Simers no apoio das escalas médicas em abrigos da Capital, também leva os acadêmicos para a linha de frente do atendimento. Hoje, cerca de 40 alunos de Medicina realizam triagens, prestam primeiros socorros e aprendem a gerenciar recursos em situações de escassez. Além disso, eles também atuam no voluntariado de coleta, organização e distribuição de medicamentos doados, na sede do Simers.
Responder ao chamado
Para Gabrielly Argimon, também vice-presidente do NAS - Simers e acadêmica do sexto semestre da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), a atuação no voluntariado tem sido enriquecedora. “O trabalho voluntário é fundamental para reduzir a sobrecarga de trabalho do médico e para o apoio ao paciente. Muitas vezes, somente escutar já faz toda a diferença. Por isso, estamos aprendendo a desenvolver empatia, trabalho de equipe e liderança, assim como a sermos pessoas melhores”, conta.
O diretor de Políticas Estratégicas do Simers, Vinícius de Souza, responsável pela coordenação, integração e otimização dos Núcleos de Trabalho do Sindicato Médico, reforça que a atuação dos futuros médicos no voluntariado vai ao encontro do que é ser médico. "No final das contas é o cerne da profissão, responder a esse chamado da sociedade nada mais é do que a consolidação de uma trajetória médica verdadeiramente ética”, pontua.
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